12 Dec 2007

MARIA VISITA ISABEL Lc 1,39-47

Estamos celebrando, hoje, a festa da padroeira de toda a América Latina: Nossa Senhora de Guadalupe. Somos convidados a erguer nossas vozes e preces, não apenas às súplicas como estamos habituados a fazer – pedir, pedir e pedir. A prece que temos de erguer, neste dia, é a de louvor, de ação de graças ao Pai por todo o povo, sobretudo o sofredor deste continente. O melhor que a América tem é o seu povo; mas como eles têm sofrido, têm sido excluídos!

Quero citar o caso dos índios e alguns afro-descendentes em quilombos, condenados a comer “o pão que o diabo amassou”, a viver em reservas como se fossem animais nos jardins zoológicos. Ai meu Deus, como dói e que pena! Como a imagem e semelhança de Deus têm sido desfigurada nestes nossos irmãos e irmãs! Certo é que a mão de Deus toca a vida e o coração de nossa gente. Veja que a história de Guadalupe principia-se junto do índio pobre e explorado.

São João Diego é sinal de que Deus fez sua história de salvação junto de nosso povo. Por isso, louvemos Nossa Senhora de Guadalupe. Hoje é o dia de gritar e clamar bem alto: “Bendita, porque acreditou nos projeto de Deus; de trazer ao mundo, e entre nós, o seu Filho Jesus Cristo, nosso Salvador”.

As narrativas de infância que falam do anúncio e nascimento de Jesus são exclusivas de Mateus e de Lucas. Marcos inicia seu Evangelho a partir da proclamação e batismo de João Batista. Já o Evangelho de João apresenta o prólogo da encarnação do Verbo antes das narrativas de João Batista. Enquanto em Mateus as narrativas de infância colocam José em foco, em Lucas o destaque é dado a Maria. Lucas faz ainda uma íntima relação, em paralelo, entre João Batista e Jesus, desde os respectivos anúncios de concepção feitos pelo anjo Gabriel.

No texto de hoje, Lucas descreve a cena da visitação de Maria à sua prima Isabel. Nessa aproximação entre elas, ambas portadoras dos filhos em seus ventres, Lucas acentua a superioridade de Jesus sobre João. Assim, são destacadas a alegria da criança no ventre de Isabel e a proclamação desta a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”.

Maria, logo que acolhe o projeto de Deus na sua vida, lança-se para a missão. Vai na direção das regiões montanhosas, à casa de sua prima Isabel. Não para fazer turismo: dormir, passear, comer e beber, mas para servir. Sua prima estava grávida, já no sexto mês. As duas se olharam, saudaram-se e se descobriram envolvidas em mistérios divinos. Cheia do Espírito Santo, Isabel exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”.

Veja, uma simples mulher reconhece a divindade que Maria traz em seu ventre. Como nós, cheios de conhecimento, estudiosos, doutores e mestres nas coisas do mundo, não conseguimos enxergar a imagem e semelhança de Deus nas pessoas mais humildes, pobres, doentes, encarcerados e dementes com que cruzamos, convivemos, trabalhamos?

Somos chamados à prática da caridade no dia de hoje. Da mesma forma que Maria se encheu de zelo pelo serviço ao próximo, sejamos também nós assim; partamos ao encontro dos mais necessitados. Lembro-o de que quem ajuda um pobre, empresta a Deus. Maria recebe como retribuição de Isabel a exclamação: “Bendita entre as mulheres é aquela que acreditou e fez dela o plano de Deus”.

Maria e Isabel compreenderam o que Deus, nelas, realizava. Será que você e eu somos capazes de descobrir o que Deus quer de nós? Eu sei que somos. Mas como compreender isto? Sejamos também acolhedores do Reino de Deus em nossas vidas e seremos felizes.

Pai das Misericórdias

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