23 Mar 2015

Quem de nós pode dizer que nunca pecou?

Quem de nós pode dizer que nunca pecou? Aquela mulher pecadora representa a mim e a você, toda a Igreja, todos nós! Quem de nós pode dizer: ‘Eu não tenho pecado’?

“Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra” (João 8, 7).

Nós contemplamos hoje esse drama do Evangelho, mas, ao mesmo tempo, nos admiramos com uma das mais belas passagens das Sagradas Escrituras. Essa mulher pega em adultério é levada diante de Jesus para ser condenada a fim de que Ele tome uma posição sobre ela. É até, na verdade, uma armadilha aquilo que preparam para Jesus, porque Ele poderia simplesmente dizer: “Cumpra a Lei que afirma que quem for pego em adultério deve ser realmente apedrejado”, contudo Ele não lhes diz o que Moisés orienta na Lei. E muitos poderiam falar: “Nossa! Mas Ele prega tanto o amor e a misericórdia, será que Ele os vai deixar fazer isso com essa mulher?”.

No entanto, Jesus vence as armadilhas humanas e vai para além das contradições mirabolantes nascidas da mente dos homens. O Senhor vai ao cerne, ao profundo e ao “x” da questão. Primeiro Ele se abaixa em direção ao chão, vai até a terra e ali risca alguma coisa; pode ser que estivesse escrevendo os pecados e as misérias da nossa natureza humana. O mais importante é que, quando Ele desce ao chão, Ele lembra que todos nós viemos do pó da terra, que todos somos frágeis, miseráveis, todos nós temos pecados e é para essa mesma terra frágil que um dia voltaremos. E que não há distinção, todos nós vamos para o mesmo lugar!

Contudo, Jesus se levanta, olha ao redor e é como se dissesse: “Pois não, quem olha para a terra, olha para a pobreza e para a miséria do seu pobre coração e reconhece que nunca adulterou na vida, que atire a primeira pedra!” (cf. João 8,7).

Talvez para alguns só exista um tipo de pecado, só exista uma espécie de pecado. Adultério para alguns é apenas traição ou algo ligado a essa matéria, mas, na verdade, comete adultério todo aquele que, de fato, adultera a Lei de Deus em favor de si mesmo. E isso corresponde a qualquer um dos Dez Mandamentos, seja ao violar o dia do Senhor ou o nome santo do Senhor, seja ao prejudicar a pessoa do próximo, tudo isso é adulterar a verdade.

Aquela mulher pecadora representa a mim e a você, toda a Igreja, todos nós! Quem de nós pode dizer: “Eu não tenho pecado!”, “Eu sou melhor do que alguém!”. Pode ser que eu não tenha cometido este ou aquele erro, mas sei quais são as minhas misérias, sei quais são as minhas fraquezas. Você conhece as suas? Você nunca errou em alguma etapa da sua vida? Você não enfrenta dificuldades para isso ou para aquilo?

Por que é que nós ainda temos a tendência egoísta e orgulhosa de sempre querer julgar e condenar os outros? Só julga, só condena e só atira pedra quem não conhece a si mesmo! Quando nos conhecemos de verdade, nós ajuntamos pedras para construir pontes e estradas para que outros possam passar e também para que nós possamos sair do caminho errado em que estamos. Ao passo que quem não se conhece ajunta pedras para atirar nos outros.

Que Deus nos dê a graça de nos conhecermos do jeito que somos e, assim, não julgaremos mais uns aos outros!

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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