19 Sep 2024

Perfume que atravessou os séculos

“Certa mulher, conhecida na cidade como pecadora, soube que Jesus estava à mesa, na casa do fariseu. Ela trouxe um frasco de alabastro com perfume, e, ficando por detrás, chorava aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés, enxugava-os com os cabelos, cobria-os de beijos e os ungia com o perfume. Vendo isso, o fariseu que o havia convidado ficou pensando: “Se este homem fosse um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, pois é uma pecadora.” (Lc 7,37-39)

Muito bem, o perfume usado por aquela mulher era tão bom, que ele atravessou os séculos e nós o podemos sentir ainda hoje. De fato, a fragrância do amor exala longe. Do contrário, o mau cheiro do julgamento e da arrogância fica apenas com a pessoa que o prova.

Como nos lembra bem São Paulo, nós somos o bom perfume de Cristo, chamados a espalhar essa fragrância por onde nós passamos. E veja que aquela mulher não tinha um frasco muito interessante. Nos tempos de hoje, a marca não era muito boa, era uma mulher pecadora conhecida de todos. Porém, estar na presença de Jesus extraiu o melhor dela. A sua essência, o seu amor genuíno, o seu amor mais puro, desinteressado.

Frasco aparentemente atraente

Por outro lado, Simão, o fariseu, aparentemente, tinha um frasco atraente, tinha uma marca muito boa, era um devoto praticante da lei de Deus, um homem religioso. Porém, estar na presença de Jesus para ele não passava de um oportunismo e de um aproveitamento da figura de Jesus. Tanto que, quando ele pensou que Jesus não tinha nada de especial mais, pelo fato de permitir àquela mulher fazer o gesto de lavar os Seus pés na frente de todo mundo, Simão ignorou completamente Jesus, tratando-O como um qualquer. Não O saudando, não lavando Seus pés, não O saudando com um beijo, não acolhendo Jesus. Porque, para Simão, era só oportunismo, Jesus era uma oportunidade.

Simão espalhou o mau cheiro do oportunismo, do aproveitamento do outro, da religiosidade de fachada aparente, “só para inglês ver”, como a gente diz no nosso ditado. Isso não cola, não cola mesmo!, porque o povo percebe quando há sinceridade. O povo sabe quando há um coração, de fato, devoto, quando é um coração temente a Deus e que faz determinada coisa por amor ao reino dos céus. Isso fica muito claro.

Por isso, vamos nos aproximar de Cristo, vamos ter contato com o perfume do Seu amor, para, depois, espalharmos esse perfume onde nós estamos, no contato com as pessoas, no acolhimento, na misericórdia que nós exercemos na vida das pessoas. Nós somos o bom odor de Cristo.

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!


Padre Donizete Heleno Ferreira

Padre Donizete Heleno Ferreira é Brasileiro, nasceu no dia 26/09/1980, em Rio Pomba, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2003 no modo de compromisso do Núcleo.

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