A Liberdade dos Filhos de Deus
Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores do imposto do templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: “O vosso Mestre não paga o imposto do templo?” Pedro respondeu: “Sim, ele paga”. Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se e perguntou: “Simão, que te parece? Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem, dos filhos ou dos estranhos?” Ele respondeu: “Dos estranhos”. Então Jesus disse: “Logo, os filhos são livres. Mas para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que tu pescares. Ali, tu encontrarás uma moeda. Paga na minha conta, por mim e por ti” (Mateus 17,22-27)
Bem, meus irmãos e minhas irmãs, minha saudação a todos os que acompanham o nosso canal. Quero saudar, de modo particular, aqueles que nos acompanham em outros países: Bélgica, Austrália, Nova Zelândia, Polônia, México, Chile, Singapura, Colômbia, São Tomé e Príncipe e tantos outros países dos quais nós temos notícias de que vocês acompanham o nosso canal. Deus abençoe a vida de cada um de vocês!
Ontem, domingo, nós celebramos as vocações religiosas na vida da Igreja, a vida consagrada aos missionários.
Hoje, na memória de Santa Clara, recebemos esse Evangelho que, inicialmente, coloca Jesus como sendo suspeito de sonegação. Como se Jesus estivesse praticando a chamada evasão fiscal.
Taxa de imposto
Mas Jesus já havia feito um “post” dizendo: “Dai a César o que é de César; dai a Deus o que é de Deus”. Ou seja, a posição de Jesus em relação aos impostos e às taxas cobradas pelo Império Romano já estava bem clara, e Jesus já tinha isso bem claro.
Tanto que Jesus era exemplar nesse aspecto social, na dimensão social. Até porque as relações de Jesus com pessoas ligadas a funções fiscais nos dão uma clareza sobre isso. Basta lembrar o chamado de Levi, que era um cobrador de impostos. Basta lembrar também a experiência de Jesus com Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos… e outras vezes em que Jesus fez refeição com publicanos, que eram pessoas ligadas também às taxações do Império Romano, ou seja, Jesus tinha relacionamento com todas essas pessoas.
Ele não seria nem um pouquinho bobo se ele não fosse, em primeiro lugar, exemplo, para a vida dessas pessoas.
A Liberdade dos Filhos de Deus
A taxa da qual ele fala, aqui no Evangelho, é a taxa anual para a manutenção do templo e também o sustento do clero judaico. Era um imposto religioso que está aqui no contexto do Evangelho. A moeda à qual Jesus se refere era o “stater”, que correspondia a quatro denários ou um “shekel judaico”.
A Analogia com os Reis da Terra
Jesus sinaliza uma isenção análoga àquela das instituições religiosas. Desde a época de Jesus, as instituições religiosas eram privadas do pagamento de determinados impostos, como nos dias de hoje ainda nós temos isso. Roma fazia pesar sobre os povos dominados as taxas, mas isentava os seus cidadãos. E Jesus usa disso para falar da liberdade dos filhos de Deus.
Uma Liberdade que se Estende a Nós
Tanto que Jesus não fala “o filho é livre para fazer referência à Sua pessoa”, mas ele diz ‘os filhos são livres’. Jesus usa no plural, justamente para demonstrar que nós também somos livres em Deus, somos filhos d’Ele. Aparece aqui esse peixe – os peixes, normalmente, engolem objetos pequenos. A referência é o peixe de Pedro, que seria uma espécie de tilápia, capaz de engolir moedas ou outros objetos.
Pagar para Não Escandalizar
Mas Jesus pede a Pedro justamente para cumprir aquilo que, depois, nós lemos na Carta de São Paulo aos Romanos.
Dá-lhe a cada um o que lhe é devido: A quem tributo, tributo. A quem imposto, imposto. A quem temor, temor. A quem honra, honra. Ou seja, Jesus não veio para ser um contraditor da lei, veio para ser exemplar da lei.
E aqui, nesse contexto, Ele nos mostra que os filhos são livres. Nós não devemos nada porque Jesus pagou o preço do nosso resgate, da nossa salvação. Portanto, nós somos livres no Senhor.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!