O que podemos dar, de verdade, a Deus é a busca de um coração pacificado e reconciliado uns com os outros
“Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (Mateus 5,23).
A melhor, a grande oferenda que podemos apresentar a Deus é um coração reconciliado. Essa é a oferta verdadeira que Ele deseja de nós. Peço perdão se, muitas vezes, em nossas igrejas e comunidades, priorizam a oferta material, o dinheiro, a ajuda disso e daquilo. São ajudas, são ofertas mais do que necessárias, mas, antes da oferta material, Deus quer o nosso coração verdadeiro, sincero, um processo de conversão autêntico.
A conversão autêntica acontece quando o nosso coração se reconcilia com quem não conseguimos conviver, com quem está magoado e ressentido conosco. Não relativizemos, não ignoremos as coisas mal resolvidas dentro do coração. Não fiquemos pensando que, porque trabalhamos muito para Deus, participamos da pastoral, cantamos, dançamos, ajudamos na igreja, fazemos a nossa oferta, fazemos muitas caridades. Tudo isso é digno da nossa vida cristã, mas não podemos negligenciar o coração, enganar e distorcer aquilo que está embrulhado. E fica embrulhado, porque, quando ignoramos situações mal resolvidas na vida, criamos um embrulho, empacotamos esse embrulho e o jogamos no canto, não mexemos mais com isso.
Acontece que ficamos doentes de tantos embrulhos e coisas velhas que estão guardadas dentro de nós, situações mal resolvidas, lixos que são acumulados, raivas, ressentimentos, mágoas, coisas que não fazem bem à nossa saúde.
Muitas vezes, vamos às Missas, celebrações e cultos, e pedimos: “Senhor, cura-me. Traga a cura para mim”. Muitas vezes, são curas profundas que nós precisamos, mas a grande cura não deixamos acontecer. Um coração verdadeiramente curado é reconciliado com o seu irmão, com toda a força da sua alma e do seu coração. Não é ficar como se nada tivesse acontecido. Um coração acende alerta quando não estamos bem, quando as coisas não estão resolvidas com o outro. O pior é quando o coração nem alerta acende mais, ficou naquele estado de estagnação com tantos ressentimentos e inimizades, que nem com a reconciliação ele se importa mais.
Lembre-se que a grande oferta a Deus não é simplesmente o que damos a Ele,pois o que podemos dar de verdade a Deus é a busca de um coração pacificado e reconciliado uns com os outros, é a oferta que Deus espera de nós.
Deus abençoe você!