Deus não tem dificuldade nenhuma em perdoar nossos pecados, por maiores que eles sejam; o grande problema é nós reconhecermos o pecado que cometemos.
”Davi disse a Natã: ‘Pequei contra o Senhor’. Natã respondeu-lhe: ‘De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás!”’ (2 Samuel 12,13).
Nós continuamos meditando hoje as consequências do pecado de Davi para a sua própria vida, e o mais duro: a coisa mais perniciosa que o pecado lança para dentro de nós é a maldita da hipocrisia. A hipocrisia é a incapacidade de reconhecermos o nosso mal, o nosso erro, o nosso pecado e, termos a capacidade de enxergar o mal e pecado dos outros.
É por isso que Natã se apresenta, hoje, a Davi, conta-lhe uma parábola de um homem injusto, que não querendo abrir mão de nenhuma de suas ovelhas para banquetear a quem estava indo à sua casa, vai pegar a ovelha de um pobrezinho para poder fazer o seu banquete. Davi fica indignado com a atitude desse homem, desejando a morte a esse homem e que pague quatro vezes mais pelo crime que cometera. Natã respira fundo, olha nos olhos de Davi e diz: ”Esse homem és tu, Davi!”.
Davi agora entende e ”cai por terra as suas escamas”, entende que o seu pecado, o seu erro, pode estar encoberto para as pessoas, mas diante de Deus está a sua falha; está dentro da sua consciência.
Não esconda os seus pecados, reconheça-os! O problema não é o tamanho do pecado, pequeno ou grande, o problema é a maneira hipócrita como nós, muitas vezes, nos escondemos debaixo dos nossos pecados.
Nós nos tornamos, muitas vezes, rigorosos e rígidos com o erro dos outros, como se nós não tivéssemos pecados debaixo do tapete! Davi foi tomado pela nobre virtude do arrependimento, a contrição bateu forte no coração dele, prostrou-se com a face por terra, em lágrimas e em jejum, e pediu a Deus perdão pelos seus pecados. Ele reconheceu que errou. (cf. II Samuel 12, 16-17).
Sabem, meus irmãos, Deus não tem dificuldade nenhuma em perdoar nossos pecados, por maiores que sejam eles; o grande problema é nós conseguirmos reconhecer o pecado que cometemos, porque é uma tendência nossa enganarmos a nós mesmos, acharmos que enganamos os outros, sobretudo a Deus.
A Igreja não o acusa e ninguém o acusa, muito menos Deus o acusa, não acuse a mim nem acusa você! Mas eu e você precisamos ter a virtude da humildade, da verdadeira contrição de reconhecer quando falhamos, dar pecado ao nome de pecado, dar ao erro o nome de erro, dar à fraqueza o nome de fraqueza e não nos escondermos embaixo de desculpas, porque, senão, o pecado cresce em nós. E pior do que o pecado é a hipocrisia, é nos acostumarmos ao mal como se ele fosse um bem: “Ninguém viu, ninguém reparou, fica por isso mesmo”.
Que Deus nos dê a consciência dos nossos limites e dos nossos pecados e nos perdoe, para que possamos nos arrepender a cada dia de nossas falhas.
Deus abençoe você!