01 Nov 2012

Por quem Jesus chora?

Após apresentar a denúncia de Jesus sobre a infidelidade de Israel, Lucas insere este diálogo envolvendo alguns fariseus e Jesus. Estes fariseus simulam proteger o Senhor das ameaças de Herodes – preposto do Império Romano com autoridade sobre a Galileia -, pois este já havia mandado matar João Batista, e Jesus, cuja prática se assemelhava à de João, estava também ameaçado. E não só agora com um forte propósito de terminar a Sua Missão: “Vão e digam para aquela raposa que eu mandei dizer o seguinte: ‘Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas; no terceiro dia, terminarei o meu trabalho'”.

A resposta de Jesus é um recado a ser dado a Herodes por estes fariseus, os quais, Jesus percebe, estavam fazendo o jogo do imperador. Jesus o chama de “raposa” e, com uma frase repetida, afirma que continuará Seu ministério e Seu caminho rumo a Jerusalém. A morte não O intimida. Sabe que está mais próxima a morte por parte dos chefes religiosos de Jerusalém do que por parte de Herodes.

Poderíamos assim dizer que Ele “nem estava aí”, tanto pelo que Herodes haveria de lhe fazer quanto pelo que o povo dizia. Ele está a caminho de Jerusalém. Com o Seu ensinamento revela a Sua rejeição pelo Judaísmo e a Sua acolhida por parte dos gentios. Mais do que a Herodes, Cristo sabe que paira sobre si a ameaça de morte por parte das autoridades religiosas com sede em Jerusalém. E, então, ouve-se o clamor de indignação de Jesus: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!”

Com uma sentença em estilo profético, Jesus faz ainda um apelo à conversão de Jerusalém, caracterizando-a como “a cidade que mata os profetas”.

Os judeus eram o povo escolhido por Deus. A este povo Ele tirou do Egito, conduziu-os à terra prometida e livrou-os dos inimigos. Sobretudo, a este povo o Senhor prometeu e enviou o Salvador Jesus. Porém, esta nação não foi grata a Deus; desprezou Jesus e não O aceitou como Salvador. Quando Jesus esteve aqui na terra, dedicou muito tempo à cidade de Jerusalém. Durante três anos, ensinou ao povo, lá no Templo, o amor do Pai e a necessidade do arrependimento.

Jesus se preocupou com este povo, pois viu que os seus corações estavam endurecidos. O povo de Jerusalém se tornara materialista, ocupando-se demais das coisas do mundo e esquecendo-se de Deus.

A preocupação com as coisas materiais era tão grande que haviam tornado até o próprio Templo numa casa de comércio. Em lugar de usar o Templo para a pregação da Palavra de Deus, usavam-no para fazer dinheiro, vendendo e comprando objetos.

Jesus chamou várias vezes este povo ao arrependimento, mostrando-lhes o perigo que estavam correndo e a necessidade de se voltarem para Deus. Porém, o povo permaneceu indiferente; não se arrependeu, não reconheceu os seus pecados nem se voltou para o Senhor.

Jesus esperava que eles chorassem de arrependimento, mas como não choraram, o Senhor chorou por eles de pesar, tristeza e compaixão.

Também Jesus chora por nós cada vez que não nos arrependemos dos nossos pecados e agimos com indiferença ao seu apelo à conversão. Reflitamos sobre isso!

Padre Bantu Mendonça


Pai das Misericórdias

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