08 Feb 2009

VAMOS ÁS ALDEIAS DAS REDONDEZAS... Mc 1,29-30

O Evangelho de hoje resume a missão de Jesus: Ele veio para levantar os homens feridos no seu corpo e no seu espírito. Jesus ao pegar na mão da sogra de Pedro, e ao levantá-la quis também atingir a minha e a tua mão bem como de todos os da minha e da tua família que muitas vezes no nosso dia-a-dia se atrofia por causa do mundo que nos vende como que uma mercadoria, o ódio, a inveja, o orgulho, a vaidade, a soberba, a prepotência, o racismo, a preguiça.

Ele veio, com o seu exemplo, dizer-nos que somos chamados a entrar em relação com Deus: “A glória de Deus é o homem vivo, a vida do homem é a visão de Deus»”, dizia S. Ireneu. Se Jesus Se retira para um lugar deserto, não é para fugir do mundo, mas para falar do mundo a seu Pai. Ele proclama a Boa Nova. Ora, qual é esta Boa Nova senão a libertação da humanidade e a glória de Deus? Não é um exemplo que Jesus nos dá: estender as mãos aos nossos irmãos em humanidade e, ao mesmo tempo, erguer os olhos para Deus na oração? Missão e contemplação não se opõem, pelo contrário completam-se e enriquecem-se mutuamente.

As ações de Jesus em favor dos homens que o Evangelho deste domingo nos apresenta mostram a eterna preocupação de Deus com a vida e a felicidade dos seus filhos. O projeto de Deus para os homens e para o mundo não é um projeto de morte, mas de vida; o objetivo de Deus é conduzir os homens ao encontro desse mundo novo de onde não haverá sofrimento, maldição e a exclusão, simbolizados pela expressão: “vamos a outros lugares; às aldeias da redondeza”, onde cada pessoa tem acesso à vida verdadeira, à felicidade definitiva, à salvação. Talvez nem sempre entendamos o sentido do sofrimento que nos espera em cada favela vida, em cada curva apertada da nossa vida; talvez nem sempre sejam claros, para nós, os caminhos por onde se desenrolam os projetos de Deus. Mas Jesus veio garantir-nos absolutamente o empenho de Deus na felicidade e na libertação do homem. Resta-nos confiar em Deus e entregarmo-nos ao seu amor. Ele convidou os seus discípulos a saírem da Sinagoga, a sair da casa de Simão e a tomar o rumo que vai para minha e tua casa.

Assim para mim e para tu o encontro com Jesus deve significar sempre uma experiência libertadora. E depois que entro em minha e tua casa devemos aceitar o seu convite. E aceitar o convite de Jesus para segui-lo e para se tornar Seu discípulo significa a ruptura com as cadeias de egoísmo, de orgulho, de comodismo, de auto-suficiência, de injustiça, de pecado que impedem a nossa felicidade e que geram sofrimento, opressão e morte nas nossas vidas e nas vidas dos nossos irmãos. Quem se encontra com Jesus, escuta e acolhe a sua mensagem e adere ao “Reino”, assume o compromisso de conduzir a sua vida pelos valores do Evangelho e passa a viver no amor, no perdão, na tolerância, no serviço aos irmãos. É – na perspectiva da catequese que o Evangelho de hoje nos apresenta – um “levantar-se”, um ressuscitar para a vida nova e eterna. O meu encontro com Jesus constitui, verdadeiramente, uma experiência de libertação e me leva a optar pelos valores do Evangelho?

As curas milagrosas de Jesus evidenciam o poder salvador do reino de Deus, inaugurado e presente na sua pessoa. Mas como assinala a seguir o evangelista, Jesus tem esse poder devido à sua comunhão com o Pai, com quem se mantém unido em oração. Por isso, “levantou-se de madrugada, retirou-se para um descampado e ali se pôs a orar”. É onde o encontram Pedro e os seus companheiros na manhã seguinte; e ao encontrá-lo disseram-lhe: “Todos te procuram”. A atitude de Jesus ao retirar-se para o isolamento, sem se aproveitar da popularidade conseguida, vem arrefecer o entusiasmo ambíguo do povo e dos seus discípulos. Ele sabe que a multidão não está em condições de entender ainda o mistério da sua pessoa; nem mesmo os seus discípulos entendem. O povo procura-o por interesse, para o instrumentalizar como curandeiro; do mesmo modo que o procurarão entusiasmados depois de se saciarem com a multiplicação dos pães.

A resposta de Jesus não deixa lugar a dúvidas. Ele tem o assunto muito claro: “Vamos a outros lugares, às aldeias próximas, para pregar também ali; pois para isso vim. Assim percorreu toda a Galiléia pregando nas sinagogas e expulsando demônios”. A salvação de Deus que ele traz não tem fronteiras; é para todos sem exceção.

Jesus não se deixa reter por uma comunidade particular. Seu ministério missionário é dirigido amplamente a toda a Galiléia e aos territórios vizinhos. Por isso, Sua fama se espalhava por toda a região da Síria. Todo povo levava a Jesus pessoas que sofriam de várias doenças e de todos os tipos de males, isto é, epiléticos, paralíticos e pessoas dominadas por demônios; e ele curava todos. Grandes multidões o seguiam; era gente da Galiléia, das dez cidades, de Jerusalém, da Judéia e das regiões que ficam no lado leste do rio Jordão. O tempo para alcançares à cura, a libertação, a graça da salvação chega também hoje até a tua casa. Basta que abras as portas do teu coração e dês o livre acesso para Jesus te diga: A Salvação entrou hoje em tua casa!

Pai das Misericórdias

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