“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: ‘Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence. Mas porque não sois do mundo, porque Eu vos escolhi e apartei do mundo, o mundo por isso vos odeia’” (João 15,18-19).

Meus irmãos e minhas irmãs, o cristianismo é, por natureza, contrastante com a mentalidade mundana. O cristianismo pode, e deve, dialogar com o mundo e as suas estruturas — com a política, com a ciência, com o desenvolvimento humano, com a psicologia… Nós devemos e precisamos dialogar com todas essas instâncias da realidade humana.

Ele [o cristianismo] nunca pode compactuar com valores e posturas que são contrárias à vida do seu Fundador, pois nós não seguimos uma ideologia, e sim uma Pessoa, e essa Pessoa se chama Jesus Cristo. Ele nos ensinou valores, apontou para nós um caminho, nos ensinou a fazer escolhas.

Você sabe muito bem que eles tentaram apagar Jesus da história. Lembremos da Sua morte, lembremos da farsa que montaram para desacreditar da Sua ressurreição; não deram trégua, quiseram apagar Jesus da história.

As contradições sofridas no mundo não podem (para nós, cristãos) ser medalhas que nós penduramos no nosso pescoço, porque Jesus nunca ficou satisfeito com a rejeição que Ele sofreu, não pela Sua pessoa, mas pela mensagem da qual Ele era portador, a mensagem do amor do Pai. Pelo contrário, devemos sofrer por um mundo que rejeita o Senhor, que rejeita o Senhor da Vida.

Que Deus nos encoraje sempre na profissão de fé autêntica da nossa vida

Quando nós somos, muitas vezes, perseguidos, isso não pode ser para nós motivo de alegria, porque seria uma alegria que não tem sentido, pois não vamos achar satisfação pelo incômodo que, muitas vezes, geramos no mundo, porque existe uma estrutura que não acolhe Jesus. Mas isso, para nós, cristãos, é motivo de sofrimento, pois, primeiro, foi sofrimento para o coração de Jesus; Ele também sofreu pela rejeição da mensagem de amor do Pai do Céu.

Então, quando você constatar uma estrutura ao seu redor que não admite Jesus Cristo, que não crê na pessoa de Jesus, que não aceita a mensagem d’Ele, não torne isso causa de alegria para você, mas torne isso matéria de intercessão, matéria de oração; transforme isso em desejo de conversar ainda mais profundo para que você seja um rosto de Cristo onde você está.

Por isso, hoje, convido você — que está ouvindo essa homilia — , a se compadecer, por exemplo, dos nossos irmãos que estão lá no Oriente Médio, os nossos irmãos que estão na África, os nossos irmãos cristãos que estão na Nicarágua e que sofrem por desejarem professar a fé livremente e não podem fazê-lo.

A profissão de fé, nós sabemos, é o bem constitucional de uma nação e, muitas vezes, a fé contém valores e um estilo de vida que se contrastam com muitas realidades que estão no mundo, por isso, os cristãos sofrem tanto. Mas nós não queremos viver somente com um “rótulo” de cristãos, de religiosos, de uma denominação ou de outra, mas nós queremos viver e expressar a profissão de fé em Jesus Cristo, o Senhor, que tem valores e um estilo de vida.

Que Deus nos encoraje sempre na profissão de fé autêntica da nossa vida!

Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!