10 Jun 2010

Reconciliação fraterna*

Para Jesus, é fundamental que primeiramente estejamos em comunhão com os irmãos para estarmos em comunhão com Deus.  “Portanto, se quando vais pôr a tua oferta sobre o altar te lembra ali mesmo de que o teu irmão tem queixas contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; e então volta a apresentar a tua oferta”.

Segundo Cristo, é impossível o culto autêntico ao Altíssimo sem amor aos irmãos. O culto e a religião devem refletir a vida e vice-versa; e a vida cristã deve ser amor, porque Deus, a fonte suprema da vida, define-se como amor. Comer o Corpo do Senhor requer amor no coração e paz com os irmãos, porque Cristo é o sinal do amor de Deus Pai ao homem.

O Corpo Eucarístico de Nosso Senhor Jesus Cristo está em conexão direta com a assembleia eclesial, que é o Corpo místico de Cristo. Daí que a Eucaristia, a Santa Missa, para ser autêntico memorial do Senhor, isto é, no mistério profundo de amor que é a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, peça a reconciliação, o amor fraterno e a completa união do grupo que celebra com fé a Ceia do Senhor.

A comunhão fraterna, a comunhão horizontal, que completa a comunhão vertical com Deus, é inerente à assembleia litúrgica, por necessidade e não como referência acrescentada. A tal ponto que seria impossível, como insistiram os Santos Padres, celebrar a Santa Missa numa comunidade profundamente dividida e confrontada em desunião total.

Pode haver na assembleia cultual pobres e ricos, brancos e negros, de direita, centro e esquerda; mas todos em igualdade e no amor de irmãos. A única classificação admitida como simultânea e sem reconciliação prévia é a que rompe com a unidade com o Corpo de Cristo: opressores e oprimidos, exploradores e explorados, perseguidores e perseguidos pela justiça. Já os profetas do Antigo Testamento tinham denunciado como falso todo o culto que não levasse consigo a procura e o seguimento da justiça.

O perdão fraterno e a reconciliação são tarefas cotidianas. Para ser reconciliadora, a comunidade de fé deve começar por estar ela mesma reconciliada nos seus membros, do mesmo modo que para ser evangelizadora há de estar primeiro evangelizada. A reconciliação dos irmãos que professam um mesmo credo é o testemunho que o mundo de hoje melhor entenderá. Assim a Igreja poderá apresentar-se diante dos homens como o que de fato é e deve ser: “Sacramento de unidade e de salvação”.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia; p. 377-378. Paulus: 2000.

Pai das Misericórdias

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