O Evangelho de hoje nos apresenta Jesus cercado pela multidão, que O comprime, pois deseja escutar Sua Palavra; o povo quer escutar a Palavra do Senhor, pois num primeiro momento, recebe o convite de um Jesus tomado de misericórdia, compaixão e amor por cada um deles. Primeiro Cristo ama, depois fala ao coração do povo sedento.
Nosso Senhor Jesus Cristo ama, e porque ama, fala aos corações dessas pessoas na certeza de que uma resposta será necessária por parte do povo. A única resposta cabível frente a uma proposta de amor é retribuirmos com amor, pois amor com amor se paga. O maior gesto de amor, neste caso, é colocarmos esta palavra na vida, em prática.
Os familiares de Jesus estão ali; eles desejam falar com Ele, porque têm algo muito importante para comunicar-Lhe. Num primeiro momento, parece que o Senhor responde com grosseria ao aviso que dão a Ele sobre Seus familiares que querem falar com Ele. Não, não é isso, Jesus aproveita a ocasião para educar aqueles que ali estão e mostrar que seus familiares são mais que familiares, ou seja, são íntimos d’Ele.
Há uma grande diferença entre familiaridade e intimidade; intimidade requer familiaridade; mas familiaridade não requer intimidade. Infelizmente. Basta olharmos para a maioria das famílias hoje em dia. Quantas famílias que vivem sob a casa da estranheza; ou seja, não há intimidade, são estranhos, não se conhecem. Par dizer que, para sermos da família de Jesus, é fundamental que haja intimidade com Ele; esta intimidade será fruto de uma profunda experiência com a Sua Palavra; será fruto de corações que estarão sempre próximos, num constante colóquio de amor entre pessoas que se amam: Jesus e eu; eu e Jesus.
Não basta acreditar – satanás também acredita em Deus. Não basta termos os sacramentos, pois o que salva não são eles; os sacramentos são meios de salvação. O que salva é a vivência destes sacramentos.
Da mesma forma, não basta ser da família de Jesus; é preciso ser íntimo e obediente à Palavra d’Ele. A familiaridade verdadeira será consequência disso. Mas saibamos de uma realidade fundamental para que esta maravilha aconteça na nossa vida e, consequentemente, também haja a felicidade e a salvação: não existe Jesus Cristo sem a Sua Igreja e não existe Igreja sem Jesus Cristo. Estas obediências e estes seguimentos ao Senhor, sem obediência e seguimento da Igreja, é tudo, menos obediência e seguimento verdadeiro.
“Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”, diz o Senhor. Que vontade é esta? Amor e obediência a Jesus Cristo e à Sua Igreja.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova