07 Mar 2012

Quem ama serve

Jesus anuncia Sua Morte como consequência de toda Sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos. No entanto, o Senhor lhes mostra que a única coisa importante para um discípulo é seguir o Seu exemplo: servir e não ser servido. Na nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas qualificação para o serviço que se exprime na entrega de si mesmo para os outros e para o bem comum.

Apesar do testemunho de Jesus, os discípulos estavam atrelados aos esquemas mundanos, mostrando-se pouco sensíveis aos ensinamentos do Mestre. O pedido dos filhos de Zebedeu foi uma prova disso.

Fazendo “ouvidos de mercador”, os filhos de Zebedeu estavam preocupados em garantir para si os melhores lugares no Reino quando Jesus revelou Seu destino de sofrimento e morte. Bem se vê que estavam longe de uma sintonia com o Reino anunciado por Jesus, pois imaginavam um lugar onde os chefes se tornariam tiranos e os grandes se tornariam opressores por estarem revestidos de autoridade.

No Reino almejado por Jesus, a grandeza consiste em pôr-se a serviço do semelhante de maneira despretensiosa; o primeiro lugar será ocupado por quem se dispuser a assumir a condição de servo. A tirania cede lugar ao serviço, a opressão se transforma em amor eficaz em benefício do próximo.

Bastava contemplar o modo de proceder do Mestre Jesus, que se autodenomina Filho do Homem, pois Este jamais buscou ser servido. Jesus manteve sempre Sua postura de servo, consciente da missão recebida do Pai, a ponto de entregar Sua própria vida para que toda a humanidade obtivesse salvação. Ele era o exemplo no qual os discípulos deveriam se inspirar.

Para Jesus a autoridade e o primeiro lugar no Reino estão intimamente associados à capacidade de servir: “o maior de vocês deve ser aquele que serve” (Mt 23,11). Esta atitude fundamental do discípulo configurará o quadro de carismas e ministérios, cuja responsabilidade é atuar no mundo para transformar as realidades à luz da Palavra de Deus. Daí algumas intuições que podem contribuir para compreender e assumir a missão da Igreja na ótica do serviço à organização e restauração de todo o povo de Deus.

Assim, somente responderemos fielmente à nossa vocação de servir quando nos tornarmos homens e mulheres em profunda sintonia e comunhão com o Deus da Vida, sem esquecer nem deixar à margem, na luta de cada dia, os pobres e excluídos (cf. At 6,1) que precisam e, por isso, devem ser servidos.

Quantas vezes nos aproximamos de Jesus, mas, sem discernimento, pedimos coisas sem sentido? Quantas coisas desnecessárias, mas que julgamos essenciais, pedimos quando oramos a Deus? É por isso que, a todo instante, faz-se necessário pedir auxílio ao Espírito Santo para que Ele nos ensine a rezar. Até mesmo para orar necessitamos do auxílio e da misericórdia do Pai.

Outro ponto forte desta Palavra é o ensinamento de humildade que Jesus vem nos trazer. Hoje, infelizmente, o mundo nos ensina que devemos sempre estar à frente, ser os melhores, ter o melhor emprego, receber o mais alto salário, enfim, devemos “ter”. Em meio a isso, devemos agir de forma contrária. Jesus nos pede que sejamos os menores, nos pede que não contemos vantagens sobre o que temos ou sobre quem somos; porém, devemos agir de forma humilde, sempre procurando mais servir do que ser servidos, amar mais do que ser amados, perdoar mais do que ser perdoados.

Peçamos que o Senhor nos dê um coração manso e humilde. Que, no dia de hoje, passemos a valorizar as coisas do Alto e não as coisas terrenas. Nossa meta é o céu. Fomos feitos para sermos cidadãos do Reino, e o passaporte para lá é o amor e a humildade. Por isso, humildemente e dobrados, devemos servir aos nossos irmãos e irmãs. Quem ama serve, e quem serve se faz pequeno perante os homens, mas grande diante de Deus.

Que nosso coração possa se abrir mais e mais para amar a Deus no próximo.

Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso. Pai, transforma-me em servidor dos meus semelhantes, fazendo-me sempre pronto a doar minha vida para que Vosso amor chegue até eles.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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