A consciência da vida eterna
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor. Compreendei bem isto, se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós ficais preparados. (Mateus 24,42-51)
Nosso medo de encarar a finitude
Bom, meus irmãos e minhas irmãs, poucos de nós pensam a própria morte. Nós temos horror, em pensar na ideia de que a nossa passagem por esta terra teve o início, mas terá um fim.
Muitas vezes nós queremos cobrir essa situação com as preocupações desse mundo e o nosso coração muitas vezes está nas realidades desse mundo.
O Evangelho de hoje, quer descortinar esse medo que atravessa gerações e acaba por prestar, um desserviço, à nossa segunda etapa de vida, que é a vida eterna. Essa terrena é a primeira etapa da nossa vida, mas a vida eterna é a segunda e a definitiva etapa.
A morte como um chamado à prontidão
Jesus, não está aqui exaltando a morte, nem nos jogando num abismo de medo da morte, mas apenas nos recordando que a morte é uma realidade e que por isso nós devemos viver a vida, em constante estado de prontidão.
Deveríamos aprender a viver os momentos da nossa vida, como sendo únicos e vivenciá-los com toda a intensidade, porque esse momento, por exemplo, que nós estamos vivendo agora, ele nunca mais irá voltar.
Por isso nós precisamos viver e viver bem!
O exemplo de Santo Agostinho: do desperdício à conversão
O Santo de hoje que nós celebramos, Santo Agostinho, ele pôde escrever um livro que foi intitulado: As Confissões – onde ele descreve os muitos anos de perda de tempo vividos, desperdiçando a sua vida, a sua força, numa vida pecaminosa, sem sentido, tanto que no dia de ontem, celebrando Santa Mônica, nós recordamos a intercessão dela, na vida de Santo Agostinho.
Porém, porém, ele se deu conta desse erro, voltou atrás e deu sentido à sua existência, se tornou bispo, doutor da Igreja.
Por isso, nós também temos que pôr fim a esse delírio de onipotência, que muitas vezes nós temos, de achar que não nos encontraremos, um dia com aquele mal irremediável, como dizia Ariano Suassuna: todos nós vamos nos encontrar com a nossa morte.
A lembrança da nossa morte, nos redimensiona e nos faz refletir sobre algumas escolhas erradas, que nós estávamos fazendo.
Acolhendo a realidade
Por isso, peçamos ao Senhor a graça de acolher esse tempo de visita de Deus, de acolher esta exortação de Deus, para vivermos bem a nossa vida e nos prepararmos bem para a nossa morte.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém!