02 May 2017

Peçamos a Deus o dom do perdão

Se quisermos viver o perdão de Deus, peçamos o dom de perdoar

Homens de cabeça dura, insensíveis e incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resististes ao Espírito Santo e como vossos pais agiram, assim fazeis vós!” (At 7, 51).

Estamos acompanhando os últimos momentos da vida de Estêvão. Ele é para nós modelo, homem de fé, justo e cheio do Espírito Santo. Ele contagiava todos ao seu lado pela unção e submissão à vontade de Deus, pela pregação da Palavra e submissão ao Espírito Santo.

Por esse motivo, Estêvão foi perseguido, levado à morte e, mesmo diante dos seus algozes, não deixou a audácia evangélica, não deixou de anunciar àqueles homens, para que se abrissem à verdade do Evangelho, porque estavam com o coração fechado, estavam com os ouvidos tapados para não ouvir a Palavra do Senhor.

Sabe, a insensibilidade do coração e a dureza de cabeça nos fecha para conhecermos a verdade. Muitas vezes, deixamos os nossos ouvidos tapados. Mas o que significa ter os ouvidos tapados? Não é a incapacidade de não escutar, porque você escuta os sons, as palavras, mas elas não entram no coração. Essas palavras têm que cair em seu coração, de modo a provocar uma reflexão, uma meditação: “Será que essa Palavra não é para mim? Não quer dizer algo ao meu coração?”.

Temos de pedir sempre a Deus a graça de nos dar a sensibilidade para com Sua Palavra, para aquilo que Ele quer nos dizer, porque estamos sempre preocupados com o que Ele quer dizer ao outro ou ao que precisamos falar aos outros, mas nos fechamos àquilo que Ele quer falar a nós e ficamos insensibilizados para Sua Palavra. 

A morte de Estêvão tenta sensibilizar aqueles corações que, de forma nenhuma, quiseram se abrir para ouvir a Palavra.

Uma outra coisa que aprendemos com a morte de Estêvão é que ele morreu como viveu, ou seja, passou a vida entregando-se a Deus e, na sua morte, também se entregou completamente ao Senhor. Ele não experimentou a agonia da morte, mas sim a alegria e o dom da entrega a Deus.

Quando passamos a vida nos entregando a Deus, não paramos nas durezas, nas dificuldades, percepções e apedrejamentos que recebemos ao longo do caminho, porque quem se entrega, entrega-se para valer! E numa vida entregue não paramos na dureza do caminho.

Estêvão morreu perdoando, viveu a vida sem parar no ressentimento, no rancor e nos perseguidores. Ele está dizendo: “Pai, não leve em conta os pecados que esses homens estão cometendo contra mim”. Jesus morreu na cruz perdoando seus algozes, porque viveu uma vida inteira cercada pelo perdão.

Se quisermos viver o perdão de Deus, peçamos o dom de perdoar a quem nos persegue, a quem não nos ama, não nos quer bem, mas nos faz mal.

Viveremos e morreremos na paz se fizermos do perdão o grande dom da nossa vida!

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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