17 Jan 2023

Peça ao Senhor um coração misericordioso

“‘Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?’ Jesus lhes disse: ‘Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães’” (Marcos 2,24-26).

Vejam, meus irmãos e minhas irmãs, mais uma realidade não é permitida, mais uma atenção posta sobre a regra; agora, trata-se do dia de sábado. Ontem, vimos sobre a temática do jejum; agora, a temática se desloca para o sábado.

Para o judeu, o sábado é um dia sagrado, dia de repouso, o dia de Deus, o dia que deve ser santificado; coisas, certamente, muito justas. Mas Jesus dá a sua explicação a partir de um fato bíblico que está no primeiro Livro de Samuel, no capítulo 21. Estamos no Evangelho de hoje, onde os discípulos de Jesus passam no meio daquelas plantações, nos campos de trigo e são repreendidos por causa desse ato.

Mas a explicação que Jesus dá, apoiada no Livro de Samuel, não é para justificar uma transgressão, mas é para afirmar uma lógica nova, que não é aquela da exterioridade, da mera aparência, mas do verdadeiro valor.

Nosso Senhor soube, justamente, aplicar a Lei Divina a cada coração

Veja o perigo dos moralismos que se multiplicam, muitas vezes, no meio de nós, e muitas vezes da caridade que se deixa de praticar cada vez mais. A caridade que se esfria e o moralismo que se acentua, cada vez mais, é um sinalizador para revermos as nossas atitudes, as nossas posturas, os nossos julgamentos.

Quanta visão míope sobre as práticas religiosas, do mesmo modo como faziam os fariseus e os mestres da Lei! Muitas vezes, nos dias de hoje, nós vemos repetir esta conduta míope sobre as práticas religiosas. A pessoa, às vezes, nem sabe que relação tem o que ela faz com Deus, o que ela pode tirar e usufruir daquela prática religiosa, mas faz por uma repetição, faz, muitas vezes, por um modismo, faz por uma realidade mecânica, porque vê outros fazerem, mas não mergulha profundamente no significado daquela prática.

Cada caso é um caso. Como vou dizer, por exemplo, para uma velhinha que mora na roça: “Vá à missa todo domingo”, sabendo que existem regiões do nosso país em que, naquele lugar, se celebra a Eucaristia uma vez por mês, uma vez a cada ano? Então, preciso também ter um coração misericordioso e respeitar também o pastoreio daquela região, e saber que não posso colocar nos ombros daquela pessoa uma exigência que é feita para pessoas que estão na cidade, para as pessoas que são consagradas, para pessoas que têm o dever de ir à missa diariamente. Então, temos que olhar sempre, com muita misericórdia, cada situação.

Paremos de projetar os nossos rigores nas pessoas menos instruídas; paremos de colocar, na conta de Jesus e na conta da Igreja, os nossos escrúpulos e o nosso perfeccionismo. Porque Nosso Senhor soube justamente aplicar a Lei Divina a cada coração, olhando para cada coração e para cada realidade. Que o Senhor nos conceda essa graça!

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Pai das Misericórdias

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