03 Mar 2010

Para ser grande*

Jesus não perde esta ocasião para doutrinar os Doze, futuros guias e pilares da Sua Igreja, sobre a função que terão de desempenhar na comunidade. Uma vez mais o Mestre rasga os esquemas convencionais: “Sabeis que os chefes dos povos os tiranizam e que os grandes os oprimem. Não será assim entre vós; o que quiser ser grande entre vós, que seja o vosso servidor; e o que quiser ser o primeiro entre vós, que seja o vosso servo”.

Na comunidade cristã a autoridade e a responsabilidade, e inclusivamente a fraternidade, devem ser sinônimo de serviço. No grupo dos que seguimos a Cristo não tem cabimento o domínio, o autoritarismo, a ambição e a vontade de poder. Tudo isso rompe a comunhão eclesial; isso fica para os políticos.

Assim condena também Jesus, pelo menos implicitamente, toda a equiparação da Igreja e do reino de Deus às estruturas de poder e aos sistemas de governo.

É evidente que o Senhor contrapõe dois estilos de autoridade e convivência totalmente opostos: mandar dominando ou servir sem retribuição. O primeiro era a ideia inicial dos apóstolos e modelo habitual da sociedade civil, por muito democrática que pareça; o segundo é o estilo que Jesus quer para a Sua Igreja toda, ou seja, hierarquia ou pastores e povo. Cristo recorre uma vez mais à inversão dos critérios humanos e à troca da escala de valores, como o fez  na proclamação das bens-aventuranças.

Como motivação e exemplo vivo de tão paradoxal doutrina, Jesus aponta para si mesmo: “Tal como o Filho do homem não veio para que o sirvam, mas para dar a sua vida em resgate de todos”.

Em cada Eucaristia “bebemos do cálice do Senhor”, comungando assim na sua Morte e  Ressurreição gloriosa pela redenção do mundo e no serviço dos homens. Mas não realizaremos dignamente essa comunhão se não participarmos do Seu destino. Seremos capazes? Nós não somos mais fortes que Jesus, que conheceu o medo e a morte e gemeu no jardim das Oliveiras.

O que nos toca a nós é mergulharmos na torrente do amor de Cristo, que renova todas as coisas. O resto Deus o fará.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova.

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia. p. 119-120. Paulus: 2000.

Pai das Misericórdias

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