20 Sep 2010

Onde estamos pondo os nossos talentos?

Quando nos colocamos em oração, entendendo oração como intimidade e diálogo entre duas pessoas que se amam – o Senhor e eu, eu e o Senhor – logo nos deparamos com uma grande dificuldade: o que falar com o Senhor? Sem contar que, muitas e muitas vezes, quando nos colocamos em oração, somos invadidos de pensamentos e lembranças que temos até medo de imaginar que eles possam existir e vir até nós.

Com isso eu quero dizer que tudo aquilo que o Senhor quer falar conosco neste diálogo de amor – a oração – não é acerca dos dons, talentos, virtudes que venhamos a possuir; quanto a isso, no máximo o Senhor quer que venhamos a agradecer e colocar tudo isso a serviço dos irmãos, pois tudo é graça d’Ele. O que o Senhor quer conversar conosco na oração é acerca daquilo que não veio d’Ele, ou seja, nossas misérias, nossas infidelidades, nossos pecados, nossas feridas, pois tudo isso não veio d’Ele. Por isso Deus quer curar e transformar todos esses males em nós em carisma, em vida, em dom, pois ferida curada se torna tudo isso.

Contudo, não quero me ater não às realidades próprias da nossa oração – o que precisa ser transformado em nós – mas sim, a tudo aquilo que é dom, virtude, talento, capacidades, realidades estas que são puro dom, pura graça, pura gratuidade de Deus em nossa vida, para que possamos colocar tudo isso a serviço dos irmãos. Tudo isso que temos, que é presente de Deus, o Senhor nos deu para que possamos nos santificar, nos tornando canais de santificação para nossos irmãos.

Um dos maiores pecados existentes é o pecado da omissão; maior não no sentido de materialidade de pecado, mas no sentido dos efeitos que este pecado nos causa: a paralisação da capacidade de amar a partir dos dons e talentos que Deus nos deu.

É neste ponto que queremos entrar, dentro da centralidade no Evangelho que nos é apresentado hoje: onde estamos colocando os nossos dons, os nossos talentos, que Deus nos deu para a nossa santificação e a santificação dos nossos irmãos?

Quantas e quantas pessoas estão escondendo os dons e os talentos dentro das vasilhas e embaixo das camas do preconceito, da prostituição, da preguiça, da indiferença religiosa?

Entendamos que a nossa felicidade passará pelo bom uso dos dons e talentos que Deus nos deu; reclamamos muito acerca da situação que se encontra a nossa sociedade, o nosso mundo. A questão sobre as dificuldades por que passamos não é porque os maus possuem força, é porque os cristãos não são melhores, não são santos.

Santidade é colocar tudo aquilo que temos de melhor a serviço dos irmãos, nos gastando por amor a eles e colocando nossas misérias no coração de Jesus para que Ele nos cure para melhor servir aos outros.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

Pai das Misericórdias

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