“Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: ‘Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que n’Ele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que n’Ele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele’.” (João 3,14-16)
Meus irmãos e minhas irmãs, nós estamos no coração do tempo quaresmal. Hoje, nós celebramos o Domingo da Alegria, é o quarto domingo da Quaresma. Porém, como falar de alegria no tempo quaresmal? Sim, a Liturgia da Palavra deste domingo nos traz o Evangelho do pedido que o Pai do Céu fez ao Seu filho: “Dar a sua vida pela humanidade”, é isso que nós contemplamos e é essa a nossa alegria.
Parece absurdo, mas Jesus conhece o amor do Pai. E só quem vem do amor, quem conhece o amor, pode dar amor, mesmo que isso custe a própria vida. E Jesus estava mergulhado no amor do Pai. E, neste domingo, Ele quer nos comunicar a alegria de participarmos desse amor de Deus, foi por amor a nós que Ele deu a Sua vida no alto da Cruz.
Foi por amor a nós que Jesus deu a Sua vida
Agora, eu queria que você pensasse no pedido mais difícil que já fizeram para você, aquele que te custou um grande sacrifício, porque, agora, nós estamos diante do maior sacrifício — aliás, do único sacrifício do amor mais puro que a humanidade já experimentou. E nós conhecemos a razão de tudo isso — por amor à humanidade, pela salvação da humanidade: o sacrifício de Jesus foi por esse motivo, foi por essa causa que Ele morreu. Temos elementos políticos, religiosos da Sua época, mas nós não podemos nos perder nisso, porque a morte de Jesus foi por amor a mim e a você.
É esse o amor que dá sentido, por exemplo, ao símbolo mais forte do cristianismo: a Cruz. Jesus foi levantado na Cruz, como diz o Evangelho, para curar em nós a ferida do desamor causada pelo engano da serpente a Adão e à Eva no Paraíso. Nós havíamos nos distanciado do amor do Pai, nós perdemos essa conexão; e a Cruz justamente é a lembrança perene do que nós merecíamos e do que nós recebemos: merecíamos a condenação e recebemos a salvação em Cristo Jesus.
Lembra-nos a Primeira Leitura de hoje: “Quando estávamos mortos por causa do nosso pecado, Ele deu a vida por nós, em Cristo Jesus”. Não é quando já estávamos prontos e santos, e sim quando estávamos ainda no pecado, quando éramos pecadores: Jesus deu a sua vida por nós. Se não te fixar nada do que foi dito aqui, hoje, grave pelo menos isto no seu coração: Deus amou tanto você que deu o Seu Filho para que você não morra, mas para que tenha a vida eterna. Abra o seu coração a esta graça e que ela nos transforme!
Sobre você, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Heleno Ferreira
Missionário da Comunidade Canção Nova
