07 Feb 2011

Jesus chamava e atraía as pessoas

Depois de os discípulos terem anuído ao convite do Mestre, abandonaram a casa de Simão e partiram para outras regiões da redondeza. E no Evangelho de hoje vemos os discípulos fazendo a travessia do mar agitado, com o próprio barco, desembarcando em Genesaré e logo o povo reconhece Jesus.

O povo vai em massa atrás de Cristo. Eles vêm de todos os lados, carregando seus doentes. O que chama a atenção é o entusiasmo do povo, que reconheceu o Senhor e vai atrás d’Ele. O que move essas pessoas na busca de Jesus não é só o desejo de encontrar-se com Ele, de estar com Ele, mas também o desejo de obter a cura das suas doenças.

A salvação é dirigida a esta multidão formada por gentios e judeus marginalizados. São os moradores dos povoados, cidades e campos por onde Jesus andava, com os discípulos. O Senhor realiza a Sua missão sobretudo entre as camadas mais sofredoras e abandonadas do povo, constituindo, praticamente, a única esperança dessa gente.

O enfoque é a presença física libertadora de Jesus Cristo. As curas são conseguidas com o toque, mesmo que seja na franja do manto d’Ele. A doença generalizada é fruto das barreiras e da exclusão.

A cura resulta da libertação da exclusão e é fruto da acolhida. Assim como, fisicamente, o pão foi partilhado, o mesmo vale para o corpo. A comunicação não se faz apenas pela palavra, faz-se também pela partilha do corpo. A presença física, o toque, o abraço, o sorriso acolhedor, o olhar compreensivo e atento e a compaixão complementam a força comunicadora da palavra libertadora.

Desde o começo da Sua atividade apostólica, Jesus anda por todos os povoados da Galileia para falar ao povo sobre o Reino de Deus, que estava chegando (cf. Mc 1,14-15). Onde encontra gente para escutá-Lo, Cristo fala e transmite a Boa Nova de Deus, acolhe e cura os doentes, em qualquer lugar: nas sinagogas durante a celebração da Palavra nos sábados (cf. Mc 1,21; 3,1; 6,2); em reuniões informais nas casas de amigos (cf. Mc 2,1.15; 7,17; 9,28; 10,10); andando pelo caminho com os discípulos (cf. Mc 2,23); ao longo do mar na praia, sentado num barco (cf. Mc 4,1); no deserto para onde se refugiou e onde o povo O procurava (cf. Mc 1,45; 6,32-34); na montanha, de onde proclamou as bem-aventuranças (cf. Mt 5,1); nas praças das aldeias e cidades, onde povo carregava seus doentes (cf. Mc 6,55-56); no Templo de Jerusalém, por ocasião das romarias, diariamente, sem medo (cf. Mc 14,49)! Curar e ensinar, ensinar e curar era o que Jesus mais fazia (cf. Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume d’Ele (cf. Mc 10,1). O povo ficava admirado (cf. Mc 12,37; 1,22.27; 11,18) e O procurava em massa.

Na raiz deste grande entusiasmo do povo estava, de um lado, a pessoa de Jesus que chamava e atraía, e, de outro lado, o abandono do povo que era como ovelha sem pastor (cf. Mc 6,34). Em Jesus Cristo, tudo era revelação daquilo que O animava por dentro! Ele não só falava sobre Deus, mas também O revelava. Comunicava algo que Ele mesmo vivia e experimentava. Ele não só anunciava a Boa Nova do Reino, Ele mesmo era uma amostra, um testemunho vivo do Reino. N’Ele aparecia aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua vida. O que vale não são só as palavras, mas também e, sobretudo, o testemunho, o gesto concreto.

Pela fé, todos nós esperamos e sonhamos com o Reino de Deus, como um novo tempo, no qual não haverá dor nem lágrimas. Ao curar muitas pessoas, Jesus mostra que Deus reprova tudo o que faz o ser humano sofrer. Mergulhemos na certeza de que nossa missão é seguir os passos do Mestre para construir este “novo tempo” entre nós.

Pai, que a misericórdia seja o traço característico do meu modo de ser no trato com os meus semelhantes, de maneira que eu possa atrair, como Jesus, muitas pessoas para Ti.

Padre Bantu Mendonça

Fonte: Retirado do Blog do padre Bantu

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