Para Jesus, no Evangelho que João nos apresenta, vida significa luz. Pois para Ele, vida e luz, são duas palavras que reclamam uma pela outra na sua própria pessoa. Jesus é a luz e a vida do mundo. São João faz crer em alguma revelação do próprio Divino Mestre “e a vida era a luz dos homens”. A vida é o mesmo que a luz. Ele é a luz dos homens, e assim Ele é a vida dos homens, dos quais é luz. E deste modo quando se diz vida, pode se dizer o Salvador, vida, não de Si mesmo, mas de outros, dos quais é também luz. Essa vida existe no Verbo de Deus de uma maneira inseparável, e existe juntamente desde que foi feita por Ele.
João está retomando, com novos esclarecimentos, temas já apresentados no seu Evangelho: a unidade com o Pai, que O enviou; crer nele e vê-lo é crer e ver aquele que o enviou; o que Jesus fala é o que o Pai ordenou; Jesus é a luz que brilha nas trevas, é a luz do mundo, já anunciada no prólogo e retomada no discurso na festa das Tendas. O julgamento não será feito por Jesus, mas sim pela acolhida ou rejeição de Suas palavras. Jesus, em união com o Pai, veio comunicar a todos a vida eterna. A participação na vida eterna é opção de cada um. Deus conta com nossa adesão na fé e com nosso dom de amor a serviço da vida, a qual, assumida em Deus, é eterna.
Pai santo, que enviaste o teu Filho ao mundo, não para o condenar, mas para o salvar, faz com que eu, carregado de misérias, jamais perca a confiança, e me afaste de Ti, triste e desanimado. Infunde o teu Espírito no mais íntimo de mim mesmo para que, iluminado pela tua luz, ganhe força e coragem para retomar o caminho. As tuas palavras, por vezes, são duras. Mas sei que, com elas, apenas queres recuperar-me e salvar-me, dar-me ajuda para que não perca a vida eterna que me preparaste. Sei que és benevolente, mesmo quando te mostras severo. Por isso, imprime no meu coração as palavras do teu Filho para que possa saborear hoje, amanhã e sempre, a tua salvação. Amen.