Jesus, após ter chamado Seus apóstolos, os convida para que “sejam”; o “fazer” será consequência. Ser o quê? Íntimo d’Ele, amigo d’Ele; vida mergulhada na vida de Cristo – é daí que nasce a intimidade. Fazer o quê? Quanto a isso não devemos nos preocupar, pois o Senhor nos dirá e nos orientará quanto ao que fazer e como fazer.
Como se não bastasse, o Senhor, além de nos mostrar o que fazer na obra da evangelização, nos capacita e nos presenteia com todos os meios para a missão; meios estes que são os dons, os ministérios, os talentos, os carismas e frutos do Espírito Santo de Deus. A nossa felicidade consistirá em sermos canais de cura, libertação e realização na vida das pessoas; para isso: ser – íntimo de Deus – e fazer, como consequência – fazer a vontade d’Ele.
Para essa missão tão sublime de discípulos e missionários de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a qual somos chamados, o Senhor nos faz dois pedidos fundamentais, dentre tantos, não menos importantes:
1º Pobreza evangélica: não podemos, diante da missão a nós confiada, nos preocupar, perder a atenção e o foco daquilo que Deus quer fazer por intermédio de nós na vida das pessoas na ação evangelizadora. O missionário precisa ter como única bagagem de missão, como único valor, como única riqueza, a vontade de Deus, Sua Palavra e a disponibilidade em servir; não podemos nos prender a nada e a ninguém, pois tudo nos será dado, tendo em vista que o missionário é digno do seu sustendo, do seu salário. A única riqueza precisa ser o Senhor. Aliás, quem precisa muito fora é porque muito pouco possui de Deus dentro de si; então o coração precisa buscar fora o que não consegue encontrar dentro. Dentro de nós, no mais íntimo de nós está Deus.
2º Dê de graça o que recebeste de graça: na vida, tudo é graça; inclusive os encalços e dificuldades, que não vem de Deus mas Deus permite. Permite para que venhamos a crescer, a amadurecer. Crescimento e amadurecimento: eis as maiores graças na vida de uma pessoa. Todos os dons, talentos, virtudes, a própria vocação, tudo isso Deus nos deu, não porque necessitava, mas por pura graça e bondade. O Senhor no-los deu, para que, através disso, na vocação, pudéssemos ser felizes. Colocando tudo isso a serviço dos outros, eis a certeza de felicidade, de santidade. Como é bom, quando nos propomos a servir, com gratuidade, aqueles que o Senhor nos confia. Isso é evangelizar por excelência.
Para isso, é preciso que reforcemos o caminho: ser (íntimos de Deus e de Sua Palavra, vivendo da providência) e servir (de forma gratuita e alegre, pois de graça recebemos e de graça devemos ser canais da graça na vida dos irmãos).
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova