05 Jun 2010

Generosa pobreza*

Nunca ou quase nunca damos aquilo que necessitamos para viver aos mais necessitados, contentamo-nos em dar, algumas vezes, aquilo que nos sobra. E com essa esmola mesquinha tranquilizamos a nossa consciência e evitamos ter de dar a nós mesmos aos que necessitam de calor e acolhimento, companhia e tempo, alegria e conselho, sorriso e empatia.

Também os que Jesus via, quando estava sentado em frente da coletoria da caixa das esmolas do templo, iam depositando dinheiro; e, alguns ricos em quantidade. Mas todos, sensatamente, davam do que lhes sobrava. Até que chegou a viúva dos “dois reais” e deu com uma generosidade única, como ninguém o faz, pois ficou sem nada para viver. Sem dúvida, teria sido lendo esta página evangélica e vendo esta pobre viúva que São Vicente de Paulo afirmou com frase paradoxal: “Felizmente há pobres para os pobres; só eles sabem dar”.

Ao destacar a figura dessa mulher, Jesus diz-nos que o Cristianismo, além de ser a religião positiva do ”sim” a Deus e ao homem, à vida e ao mundo por estar baseada no amor, é também a religião do dar e, sobretudo, do dar-se a si mesmo. Esta é a melhor maneira de expressar amor. Longo alcance o do Evangelho de hoje para aprendermos a conjugar mais o verbo “dar” e menos os verbos “pedir” e “exigir”.

Todos podemos e devemos dar aos outros, especialmente aos que mais necessitam, amor e prestabilidade, respeito e sorriso, justiça e dignidade, amizade e tempo, vida e pão. Dar sempre e, sobretudo, dar-se a Deus e aos outros é o caminho para sermos pessoas, sermos livres, estarmos abertos aos outros; numa palavra: para amarmos e sermos cristãos, isto é, discípulos de Jesus.

O Senhor precedeu-nos com o Seu exemplo. Ele veio para nos dar a vida e fez-se pobre para nos enriquecer com a Sua pobreza. Apesar de não ter nada nem onde reclinar a cabeça, gastou toda a vida dando a todos saúde e movimento, vista e luz, verdade e alegria, futuro e esperança, para acabar por dar-se a Si mesmo inteiramente.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia; p. 369-370. Paulus: 2000.

Pai das Misericórdias

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