“Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm mais vinho’. Jesus respondeu-lhe: ‘Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou’. Sua mãe disse aos que estavam servindo: ‘Fazei o que ele vos disser’” (João 2,3-5).
Aqui nós vemos um diálogo muito profundo e forte, Maria e Jesus; depois, Maria. Sabemos que existe um método, chamado “método dialético”, e esse a Bíblia já conhecia há muito tempo.
Antes dos filósofos, esse método já estava na Bíblia é conhecido de todos nós, trabalha com tese, antítese e síntese. É um método dialógico, um método de conversa; e justamente o diálogo é a base desse método, porque você apresenta o seu argumento e uma outra pessoa contra-argumenta aquilo que você apresentou e, no final, se faz uma síntese daquilo que foi discutido.
Isso já é presente na Sagrada Escritura; por exemplo, Maria e o Anjo Gabriel viveram essa experiência quando o Anjo Gabriel apresentou a Ela a vontade de Deus: Ela faz a sua pergunta e o Anjo responde e, no final, Ela diz: “Eis a serva do Senhor”. O Anjo e São José também viveram essa experiência. Jonas e o Senhor também experimentaram esse diálogo. E, hoje, no Evangelho, Maria e Jesus, nas Bodas de Caná, também vivem essa experiência.
Deus quer entrar em diálogo conosco, Ele quer suscitar no nosso coração uma resposta de amor
Como eu disse, a base para esse método é o diálogo, o uso do diálogo para se chegar a um objetivo. E, aqui, vimos que Maria apresentou o problema para Jesus: eles não tinham mais vinho. E Jesus apresentou para Maria a realidade da Sua hora e do Seu tempo, e Maria, confiando no poder e na ação de Jesus disse aos servos: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Na nossa vida, precisamos dialogar com Deus porque constantemente Ele está apresentando-nos o Seu projeto de amor, Ele está nos pedindo coisas. Não podemos viver de forma insensível, cegos às coisas sobrenaturais, às intervenções de Deus na nossa história. Deus constantemente está falando conosco; e Ele quer entrar em diálogo conosco, Ele quer suscitar no meu e no seu coração uma resposta de amor.
Então, hoje, peçamos essa graça de nos confrontar com aquilo que Deus nos apresenta. E, aqui, “confrontar” não é se rebelar. Confrontar é enxergar o que pode ser feito desse projeto de Deus na minha vida e na sua vida, o que Deus está me ensinando com essa situação, para onde Deus quer me encaminhar, a partir da intervenção d’Ele na minha vida e na minha história; e vamos chegar a essa síntese.
A Virgem Maria, São José e Jonas experimentaram a síntese quando, no final, perceberam que o projeto de Deus era o melhor para a vida deles. E nós queremos experimentar isso porque o que Deus tem para nós é o melhor para nossa vida. Então, permitamos, hoje, que o Senhor fale conosco, respondamos ao Senhor e à Sua proposta de amor, desse modo, chegaremos juntos a essa comunhão, a uma única vontade: a vontade de Deus.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
