16 May 2023

Deus Pai deseja vê-lo crescer na fé

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: É bom para vós que eu parta; se eu não for, não virá até vós o Defensor; mas, se eu me for, eu vo-lo mandarei” (João 16,7).

Meus irmãos e minhas irmãs, Jesus está dizendo: “É bom para vós que eu parta”. O termo utilizado aqui (do grego) é “symphero”, que quer dizer: contribui, é útil, conduz para um bem.

Jesus está dizendo que a sua partida para o Pai servirá de ajuda para os Seus discípulos, de auxílio. E que auxílio é esse? Como isso se dá? Uma partida sempre serve para o crescimento. O amor não é só presença, amor é também dar espaço para que o outro caminhe com as próprias pernas. O amor não pode sufocar o outro dentro das nossas expectativas, dentro dos nossos cálculos.

Sabemos que paternalismo e maternalismo adoecem e atrofiam a estrutura psicológica dos filhos. Quando um pai não sabe educar o seu filho e se torna paternalista, ele pode atrofiar as capacidades de amadurecimento desse filho.

Sabemos que algumas rupturas nos serviram para o crescimento, basta olharmos as fases do desenvolvimento humano para percebermos que algumas rupturas são úteis e nos levam a certas mudanças. O comodismo faz mal, os apegos fazem mal, a monotonia faz mal, a acomodação faz mal.

Deus nunca nos trata como crianças, Deus não é paternalista, Ele é Pai

Por isso que Jesus apresenta aos Seus discípulos uma nova fase de crescimento. Ele condicionou o envio do Paráclito à Sua partida para junto do Pai. A sua distância dos discípulos será uma distância fecunda, ela ajudará os discípulos a tomarem decisões, a colocarem em prática tudo que eles haviam aprendido do Mestre.

Às vezes, a melhor medida protetiva é a distância, a autonomia, necessária para produzir um ser humano mais livre e mais responsável. Às vezes, o amor precisa dar espaço para que o outro cresça. Por isso Jesus disse — retomo aquilo que falei no início — “É bom para vós que eu parta”, é útil.

Então, hoje, a Palavra de Deus nos convida a também olharmos essas realidades, enxergarmos esses elementos na nossa vida espiritual. Certas situações servem para o crescimento espiritual, levam-nos a um amadurecimento na fé.

Deus nunca nos trata como crianças, Deus não é paternalista, Ele é Pai. E um pai quer que os seus filhos tomem decisões responsáveis, quer que os seus filhos, de fato, assumam a sua própria responsabilidade. Jesus está dando essa oportunidade para os Seus discípulos. Agora, Jesus dá como que um passo atrás, para que o Espírito Santo ajude os discípulos a amadurecerem na fé.

Determinadas situações são úteis, agradáveis, boas e contribuem, muitas vezes, para o nosso crescimento. Então, hoje, peçamos ao Senhor a docilidade de coração para também aprendermos que essa distância é útil e necessária.

Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Pai das Misericórdias

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