19 Nov 2016

Deus nos prepara para a eternidade

Se não fizermos das coisas espirituais a realidade primeira da nossa vida, cairemos nesse materialismo mundano que há por aí, e não tocaremos no sentido da eternidade

“Os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento” (Lucas 20,35).

O desenrolar do Evangelho de hoje dá-se pelos saduceus, que negam a ressurreição. Veja que eles fazem parte de um grupo religioso, um grupo de judeus, e creem na Palavra de Deus, na Sua Lei, mas há um elemento fundamental que não faz parte da fé deles: a fé na ressurreição dos mortos.

Para nós é um elemento essencial de nossa fé: cremos que o Senhor ressuscitou e, como Ele ressuscitou, também ressuscitaremos.

Temos que ter muito cuidado, pois vivemos numa época em que muitas outras teorias, filosofias e seguimentos querem negar entre nós a ressurreição dos mortos, por causa de uma visão espiritualista que não corresponde à verdade revelada por Jesus Cristo.

São Paulo nos disse: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé, é inútil o que queremos. Se Ele não ressuscitou, nós também não ressuscitaremos” (cf. I Coríntios 15). Temos que ter cuidado com esses seguimentos, inclusive, os religiosos que pregam isso.

Por outro lado, há também uma contaminação materialista que resume a vida humana ao material, à existência carnal; resume a existência humana pelos prazeres que a vida nos dá. O apego aos prazeres deste mundo é tão grande, que a pessoa não consegue se perceber, ela quer criar um paraíso aqui na Terra, onde viverá todas as delícias, os prazeres da carne, tudo aquilo que se vive neste mundo. Muitos falam: “Este mundo é bom demais!”, dizem que nele há muitos prazeres para vivermos. Essa é uma visão hedonista, cercada apenas da visão material e prazerosa da vida.

Se não tivermos uma sintonia espiritual, se não fizermos das coisas espirituais a primeira realidade da nossa vida, também vamos cair neste materialismo mundano que há por aí, e não vamos tocar no sentido da eternidade.

Meus irmãos, é fundamental desenvolver uma vida mística, uma relação pessoal de espiritualidade, para que possamos tocar nas realidades celestes futuras. Já começamos a viver aqui na terra aquilo que Deus preparou para nós na eternidade; porém, se nos cercarmos demais por uma visão materialista ou carnal das realidades, realmente não teremos sentido de eternidade, não compreenderemos a eternidade. Por isso, os saduceus colocaram esta dificuldade para Jesus: “Na vida futura, com quem este homem vai se casar? Afinal de contas, a irmã se casou com ele, depois a outra e assim por diante. Na vida futura, vai ser marido de quem?”.

Na vida futura seremos como os anjos. A vida sexual, a relação íntima do homem e da mulher tem uma finalidade procriativa e unitiva, mas correspondente à vida na terra. Na vida futura, teremos outra visão de prazer, de realidade. O nosso prazer, a nossa alegria será a visão beatífica de Deus, a presença amorosa d’Ele, estarmos com Ele e com toda a beleza da vida divina.

Se não nos cercarmos da vida divina, aqui na Terra, e nos deixarmos emergir somente pelos prazeres sensíveis, não saborearemos e não saberemos tocar no sentido da vida celeste que nos espera.

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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