29 Sep 2019

Cuidemos dos pobres de nossa sociedade

E, além disso, há um grande abismo entre nós; por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós” (Lucas 16,26).

O Evangelho deste domingo, mostra-nos o grande abismo da humanidade. É um abismo terrível, não é só um abismo social. É o abismo da exclusão dos homens entre si. Há uma casta minoritária de homens ricos, poderosos, que tudo podem, que estão esbanjando dinheiro, estão esbanjando prazeres e tudo mais às custas de milhões de seres humanos que sofrem a fome, a miséria e a indignidade humana.

Os Lázaros dos nossos tempos estão nas favelas, estão nas ruas, cidades e jogados por aí. Os Lázaros dos nossos tempos estão aos nossos olhos para que não nos esqueçamos dos profundos abismos que enfrentamos nos tempos em que estamos.

É notório perceber que, evangelicamente, esses abismos só crescem, porque os ricos querem ser mais ricos deixando os pobres cada vez mais pobres. Talvez alguém queira dizer que isso não é problema do Evangelho, mas se isso não for problema do Evangelho, será problema de quem?

É falta de Deus, falta de humanidade, é falta de conversão verdadeira alguém até dizer que é de Deus, mas não se importar com a pobreza, com o sofrimento, com a indignidade dos Lázaros dos nossos tempos, dos Lázaros que sofrem.

Não permitamos que os pobres da nossa porta morram de fome, morram soterrados e desprezados

Precisamos ser anjos para socorrer os Lázaros que estão nas portas das nossas cidades e nas ruas, sendo cuidados pelos cachorros e lambidos pelas indignidades desta vida, pouco se importando para alguns que passam uma noitada gastando o que um filho de Deus não ganha durante toda a sua vida.

O problema do rico avarento do Evangelho de hoje é não se importar com a indignidade de Lázaro. O problema do rico e de nós que norteamos a riqueza deste mundo é não ligarmos para os nossos pobres.

O Evangelho está dizendo que o Reino dos Céus, o Reino definitivo é um profundo abismo, o rico tenta receber um consolo, nem que seja uma gota d’água que venha de onde estava o pobre Lázaro.

A Palavra está dizendo que há um grande abismo entre nós, e a única coisa que dá para fazer é, enquanto estivermos vivos, separarmos, destruirmos, acabarmos, não compactuarmos com os profundos abismos entre pobres e ricos.

Não permitamos que os pobres da nossa porta morram de fome, morram soterrados nem desprezados, mas que tenhamos o senso evangélico de cuidar dos Lázaros dos nossos tempos.

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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