“Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, e disse-lhes: ‘Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!’” (Marcos 16,15)
Meus irmãos e minhas irmãs, hoje, com toda a Igreja, celebramos a conversão de São Paulo.
Saulo, depois Paulo, foi, na verdade, um dos mais privilegiados homens da Sagrada Escritura. Por quê? Porque ele foi digno de receber o anúncio do Evangelho do próprio Jesus, e o detalhe: depois de Jesus ter ressuscitado. Veja bem, uma ação evangelizadora, após a Sua ascensão ao Céu. Veja que privilégio: Saulo [depois Paulo], teve de receber do próprio Jesus a iniciativa desse encontro.
De que importância se reveste este dia de hoje? De São Paulo não lembramos apenas o seu martírio, normalmente celebramos o dia da morte dos santos, mas nós também celebramos a conversão de São Paulo. Vejam, o dia em que Jesus entrou na vida dele e ele se abriu para essa graça, para valorizarmos a importância do nosso encontro pessoal com Jesus.
A Igreja apresenta para nós um santo — o apóstolo dos gentios —, para celebrar a sua conversão, o dia em que ele abriu o seu coração, para que a graça de Deus o transformasse.
Vamos por todo o mundo; e a toda criatura anunciemos Cristo vivo, capaz de transformar vidas
Não estamos falando, aqui, da conversão de um ateu, mas estamos falando da conversão de um descrente, de um homem perdido. Estamos falando, aqui, de Saulo, que era um homem que acreditava em Deus. Saulo era um judeu exemplar, formado na escola de Gamaliel, um grande rabi, um grande mestre da vida espiritual. Ele acreditava tanto em Deus que perseguia os cristãos justamente por causa do judaísmo, do seu amor ao judaísmo.
São Paulo foi um crente convertido — podemos dizer assim —, o problema era que Paulo era um homem de religião, mas um homem sem fé. Não havia espaço para o Messias em sua vida porque ele era cheio de si; e isso lhe cegou, impossibilitou Saulo de ver a ação de Deus em Jesus Cristo. Por isso, Saulo era uma criatura muito difícil, Saulo era um homem de um mundo muito hostil, uma dificuldade muito grande. E essa é a realidade de muitos de nós: cheios de religião, mas vazios da experiência pessoal com Cristo.
Padre Jonas contava que: depois de padre, encontrou-se com o Cristo e abriu-se à ação do Espírito Santo, abandonando aquelas realidades que ele estava vivendo já como padre e, graças a Deus, ele não precisou abandonar a Igreja Católica para fazer essa experiência, porque temos o Cristo vivo e ressuscitado, que pode mudar a nossa vida, mudar a vida de todos nós. Por isso, sigamos o mandato de Cristo, vamos por todo o mundo; e a toda criatura anunciemos Cristo vivo, capaz de transformar vidas.
Sobre todos vós, por intercessão de São Paulo, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!