“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: ‘Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então, o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’” (Mateus 25,31-36).
Veja, esses elementos que aparecem aqui no Evangelho nos recordam diretamente do discurso de Jesus sobre as bem-aventuranças. É o projeto de todo cristão, é a nossa vida que precisa tocar essas realidades.
Sabemos que existirá uma conclusão de toda a história: o fim dos tempos. O fim dos tempos não é a destruição do planeta Terra, destruição de todas as coisas que nós contemplamos na natureza. Não tem nada a ver com isso! Existirá uma conclusão da história, ou seja, tudo se encaminhará para o projeto do Criador. Mas também temos de ter consciência que existirá uma conclusão da minha história e da tua história.
É justamente sobre esse tema que nós tratamos no Evangelho. Por que? A luz de Deus vai brilhar um dia sobre todos nós, a luz de Deus vai brilhar sobre as nossas escolhas, sobre a forma como nós decidimos viver nesta vida que Deus nos deu. Por isso, bom seria se nós já, agora, acendêssemos essa luz de Cristo para enxergar o nosso coração. Eu diria ainda mais, não que acendêssemos, mas que permitíssemos que a luz de Deus brilhasse já nos nossos corações e nas nossas consciências.
Uma vez que nós veremos o nosso rosto verdadeiro, o rosto de Cristo também vai ficar visível a todos nós
Um dia, veremos o nosso rosto verdadeiro, então, é bom já irmos nos acostumando a nos enxergar, de fato, como nós somos. Por isso, a nossa consciência precisa de uma boa formação, precisamos cultivar sempre a verdade, o amor à verdade, o amor que nosso Senhor nos ensinou, para que a nossa consciência nos ajude sempre. A consciência é essa luz, que nos ajuda sempre a tomar consciência do que nós escolhemos de como vivemos a nossa vida.
E uma vez que nós veremos o nosso rosto verdadeiro, o rosto de Cristo também vai ficar visível a todos nós. Mas é engraçado que esse rosto de Cristo anda no nosso meio um pouco escondido, Ele está no nosso meio de uma forma escondida e precisamos já aprender a descobri-Lo. Se, um dia, queremos contemplar o rosto de Cristo na vida eterna, temos que aprender, desde já, a contemplar o rosto de Cristo. Onde? No faminto, no sedento, no estrangeiro, no migrante, naquele que está nu, naquele que está doente, naquele que está prisioneiro. Jesus se esconde aí! Ali está o rosto de Cristo e precisamos descobri-Lo! Para quê? Para que um dia nós também ouçamos a voz do Pai dizendo: “Vinde benditos. Porque eu estava nessas condições e fui acolhido”.
Vejam a identificação de Cristo com todas essas realidades que o padre disse, eu posso hoje encontrar Jesus Cristo nessas realidades e, um dia, encontrá-Lo definitivamente na vida eterna. Que nosso Senhor faça brilhar nos nossos corações e nas nossas consciências a sua luz bendita.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!