12 Mar 2023

A água, que jorra do coração de Jesus, sacia a sua sede

“Naquele tempo, Jesus chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto do terreno que Jacó tinha dado ao seu filho José. Era aí que ficava o poço de Jacó. Cansado da viagem, Jesus sentou-se junto ao poço. Era por volta de meio-dia. Chegou uma mulher de Samaria para tirar água. Jesus lhe disse: ‘Dá-me de beber’. A mulher disse a Jesus: ‘Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede e nem tenha de vir aqui para tirá-la’”. (João 4, 5-7.15)

Meus irmãos e minhas irmãs, hoje é o terceiro domingo da Quaresma. Resumimos um pouco a leitura do Evangelho porque ela está numa forma longa no Evangelho de São João, no capítulo 4, mas você, depois, pode meditá-lo com mais calma. 

Alguns pontos de reflexão nos ajudam neste percurso quaresmal: tudo se passa ao redor de um poço. Na verdade, esse é o elemento principal do Evangelho — o poço estruturava a vida das pessoas, e só para ter um contexto histórico precisamos entender que as cidades eram construídas perto dos poços, as estradas passavam próximas deles, os encontros se davam ao redor dos poços, a vida dependia do poço —, tudo por causa da água. E justamente naquele lugar, na terra de Jesus, uma terra muito seca, escassa de água, o poço era esse “centro”, esse lugar de atenção. 

Jesus Cristo é um poço profundo cheio de água, cheio de vida, cheio de amor

Jesus é o novo poço! O evangelho de São João é bem simbólico e nós precisamos entender que Jesus é este poço, é do coração de Cristo perfurado pela lança que brota a água viva para saciar a nossa sede. Essa realidade que já tinha sido prefigurada por aquela vara, com a qual Moisés feriu a pedra de onde jorrou água para matar a sede do povo no deserto. Jesus, agora, é este novo lugar de onde jorra esta água. 

Jesus se fez sedento para que nós pudéssemos ser saciados. O cansaço de Jesus, aqui, no Evangelho, não é um cansaço físico, mas é um cansaço espiritual, porque não é uma viagem qualquer que Jesus está fazendo, é uma viagem para o Calvário, é a viagem para aquela hora que Jesus vai encontrar-se definitivamente com a vontade do Pai e vai dar a Sua vida por amor a mim e por amor a você. A hora que aparece, aqui, no Evangelho, é próximo do meio-dia — a hora sexta, chamada assim na cultura judaica —, ou seja, é alusão à hora da Cruz, à hora que Jesus vai entregar a Sua vida por mim e por você. 

“Dá-me de beber”, Jesus diz para aquela mulher, e a mulher diz: “Dá-me desta água, Senhor”, então, ali, acontece o encontro dos dois corações: o de Cristo — um poço profundo cheio de água, cheio de vida, cheio de amor —, e o da samaritana — um poço vazio, insaciável, que não se satisfaz nunca com as relações afetivas que vive. E isso é importante, porque, no Evangelho, aparece Jesus dizendo que aquela mulher tinha cinco maridos mais o atual e ela não estava feliz com isso. Esses cinco maridos e o atual remetem-nos aos seis deuses que a Samaria cultuava. Interessante isso, pois esses eram deuses trazidos de outras culturas com as quais os samaritanos tiveram contato, por isso, Jesus faz referência a isso. 

E desses ídolos vieram os prazeres e as orgias sexuais; prazeres ligado ao alimento, ao dinheiro, às práticas de feitiçaria, ao ocultismo, ao domínio do conhecimento, da busca da beleza, da estética, esses são maridos incapazes de fazer alguém feliz de verdade, pois deixam um rastro de vazio, de solidão, de tristeza, de perda de sentido, suicídios, divórcio e morte. E essa não é a vida que Cristo quer para nenhum de nós, Ele quer que nós toquemos no coração d’Ele, para que, do coração d’Ele, jorre a água que nos purifique e nos faça, de fato, felizes. 

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Pai das Misericórdias

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