Os fariseus são especialistas em saber acerca dos sinais que estão fora de si, ou seja, os sinais naturais; mas não conseguem ter um discernimento e uma visão sadia e correta a respeito do maior sinal existente naquele momento de suas vidas: Jesus Cristo, o grande e mais perfeito Sinal revelador do Pai.
A falsa ideia de Deus, a visão distorcida e doentia dEle deixa o ser humano doente. Aqui está a razão de haver tantas pessoas adoecidas no mundo. Quando as pessoas têm uma imagem distorcida de Deus, a primeira coisa que fazem é se distanciarem d’Ele, pois quando se distanciam, está aí decretado o meu fracasso em todas as áreas da minha vida.
A imagem distorcida dos fariseus acerca de Deus faz com que estejam doentes e queiram, em suas atitudes, adoecer outros por causa de suas normas e princípios estúpidos. Jesus repudia completamente tudo isso, mostrando que o deus deles não é o Deus verdadeiro, revelado por Ele – Cristo.
Visão distorcida de Deus: este é o grande problema que existe em nossa vida. Quantos não conseguem crescer na vida pelo fato de não criarem uma comunhão com o Senhor, pois acham que Ele é um ser distante, totalmente indiferente à nossa vida. Muito ocupado em ver nossos erros, para, no momento oportuno, nos dar o castigo que merecemos, por termos feito coisas erradas. Agora, se fizermos algo certo, nada fizemos além de nossa obrigação. Que visão doentia de Deus! Que fonte de cisão para a vida humana!
Compreendamos definitivamente uma coisa, meus irmãos e irmãs: Deus nos ama por aquilo que somos e não por aquilo que fazemos. Se o Altíssimo se entristece – e Ele se entristece –, não é porque fizemos coisas erradas, pois o mal não O atinge, mas Ele se entristece pelo fato de Seus filhos estarem tristes. Deus se alegra pelo fato de Seus filhos estarem alegres.
Somos amados por aquilo que somos. E o que somos? Filhos e filhas amados de Deus! O Senhor nos pôs como administradores da criação e não como escravos dela. A lei acerca do sábado é um reflexo da distorção do coração dos fariseus; muitas vezes, o nosso coração também é fariseu, ou seja, achamos que Deus vai nos amar pelas coisas boas que viermos a fazer. Não! Deus Pai não vai nos amar ; Ele já nos ama desde de toda a eternidade!
Este amor é explicado de forma surpreendente na parábola do filho pródigo. Não é o filho quem vê o Pai, mas o Pai quem vê o filho de longe; corre ao seu encontro e o abraça, enchendo-o de beijos. O Pai aperta o filho não perguntando o que fez e por que o fez, mas o aperta em seus braços, abraçando o filho que acaba de voltar, expressando um coração misericordioso e saudoso.
O Pai ama o filho e não quer saber o que ele fez, mas quer saber da sua atitude de volta, de retorno, de arrependimento. É isso que conta para o coração do Pai. Quando nos vemos da mesma forma como Deus nos vê, passamos a vê-Lo de forma correta; como consequência, passamos a ver os outros e a nós mesmos com dignidade e misericórdia. Mas caso o contrário ocorra, ou seja, se temos uma visão distorcida acerca de Deus, de nós e dos outros, nos tornamos insensíveis, “um trator” na vida dos outros; nós os atropelamos sem dó nem piedade.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova