04 Oct 2017

Vivamos o desapego das coisas materiais

Só experimenta as delícias do Reino de Deus quem sabe ser livre do passado, do futuro e do apego às coisas materiais

“Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus” (Lucas 9,62).

Meus irmãos, a vida caminha para frente, não para trás. Não progredimos na vida espiritual, porque estamos no tempo presente, mas o coração vive do passado, vive dos abrolhos, das cebolas e daquilo que nós deixamos para trás, dos sentimentos que não foram superados, das situações que não foram resolvidas, e por isso nós temos dificuldade de viver o tempo presente.

Quem não vive o tempo presente não caminha para frente. Ou vivemos o extremo da ansiedade de querer que o futuro venha logo ou vivemos aquela melancolia de um passado que se foi e não foi resolvido.

Veja, quem põe a mão no arado para trabalhar, põe o afinco, a alma, o coração, todo o seu ser para realizar aquilo. Não vive de um futuro que não chegou nem de um passado que já passou.

É verdade que precisamos ter boas lembranças e recordações, temos de resolver as coisas que ficaram mal resolvidas dentro de nós. Temos de projetar, ter um planejamento, a expectativa de um futuro que vem, mas só teremos paz com o passado e o futuro como ele precisa ser se vivermos bem o tempo presente.

Para ser operário do Reino de Deus é preciso, primeiro, despojamento. Despojar-se com toda sinceridade do coração de coisas que nos amarram, prendem-nos, sobretudo, de sentimentos negativos, que nos aprisionam e escravizam, pois, muitas vezes, cultivamos esses sentimentos dentro da nossa casa e família.

É um apego demasiado ou, simplesmente, uma indiferença, uma rejeição; é a maturidade dos afetos que nós somos chamados a viver no seguimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o desapego das coisas materiais.

Hoje, contemplamos São Francisco de Assis e, às vezes, achamos que Francisco era, simplesmente, alguém que desprezou os bens materiais. Olhamos apenas para o despojamento material dele.

Francisco é para nós um referencial da liberdade e da vida em Deus, do homem livre de toda e qualquer prisão deste mundo. Não é apegado a nada nem a ninguém, é totalmente livre para servir o Reino. É assim que Deus nos quer, com responsabilidade no uso das coisas materiais, amor, ternura e afeto com as pessoas que nos cercam, mas jamais apego, excessos nos sentimentos e nos afetos, para não sermos escravos do nosso próprio coração.

Só experimenta as delícias do Reino de Deus quem sabe ser livre do passado e do futuro, dos medos, preocupações e tensões, do apego às coisas materiais e das pessoas; quem tem um coração centrado no Senhor.

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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