Toda dor tem um fim, toda lágrima será enxugada, um dia, pelo próprio Deus que há de nos consolar.
“Irmãos, eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós” (Rm 8,18).
Meus amados irmãos e irmãs, nós caminhamos neste mundo em um verdadeiro vale de lágrimas. É claro que a nossa vida não é feita só de sofrimentos, é claro que, aqui, também experimentamos momentos de muitas graças, de bênçãos, de comunhão, de muito amor entre nós. Momentos de alegria, de felicidade, de comemorações, mas nenhum de nós pode negar que já nascemos sofrendo, em meio à dor, e que a vida é cercada de sofrimentos e de momentos difíceis.
Algumas vezes, nós até nos perguntamos – “Por que tal pessoa sofre tanto? Será castigo, meu Deus do Céu?” É obvio que não, Deus não castiga ninguém! Existem diversas explicações para o sofrimento, a primeira é que muitos deles são consequência dos nossos pecados. Muitas vezes, padecemos devido à nossa natureza, que está sujeita a doenças, a enfermidades e a aflições. Outras vezes, sofremos porque outras pessoas nos causaram alguma dor; da mesma como nós também provocamos o sofrimento em outras pessoas.
O fato é que durante a nossa caminhada, em nossa peregrinação na Terra, nós passamos por contrariedades e dificuldades. Em certos momentos essas dificuldades são maiores; em outros são menores. Mas ninguém pode negar que o sofrimento não aconteça em nossa vida.
Há momentos em que estes infortúnios batem à nossa porta com uma doença mais grave, com a perda de um ente querido; com coisas que não dão certo para nós, com situações desagradáveis.
Mas, meus irmãos, nós não estamos aqui para lamentar os nossos flagelos, nós estamos aqui para encontrar e buscar, na Palavra de Deus, um sentido para aquilo que nós sofremos. A própria Palavra nos diz que os sofrimentos pelos quais passamos nesta vida, sejam eles quais forem, não têm proporção, não têm comparação, ou seja, não dá nem para medir qualquer sofrimento nessa Terra com a glória que nos espera no Céu.
Na verdade, quando passamos por um tormento, por um sofrimento grande que parece interminável, é apenas para nos lembrar de que toda dor tem um fim, que toda lágrima será enxugada, um dia, pelo próprio Deus que há de nos consolar. Nós só precisamos de uma coisa: sofrer com dignidade, sofrer com espírito de acolhimento, de luta, não de entrega nem de revolta. Qualquer revolta torna o nosso sofrimento ainda mais doloroso; pois, apenas por nos revoltarmos, já perdemos de vista o sentido salvífico que o sofrimento provoca em nós.
O que nós podemos fazer é olhar para os nossos sofrimentos e para os sofrimentos daqueles que estão ao nosso lado. Muitas vezes, achamos que passamos pela maior dor do mundo, no entanto, a dor de muitos irmãos é bem maior que a nossa dor. Há muita gente que aguenta firme, segue adiante, e nós, muitas vezes, não aguentamos nem um “pisão no calo” que sofremos na vida.
Por isso, meus irmãos, precisamos de fibra, precisamos “nos temperar” com os valores do Céu, para termos a convicção e a certeza de que o amor de Deus por nós é maior. Não se esqueça: qualquer sofrimento por que passemos nesta vida não tem proporção, não tem comparação, não tem qualquer semelhança com aquela glória, com aquele presente, com aquele bem que nos esperam no Céu.
Que Deus abençoe você!