04 Aug 2010

Senhor, dá-nos a fé da cananeia

Tiro e Sidônia são duas cidades fenícias, na costa do Mediterrâneo, atualmente pertencentes ao Líbano. Nunca fizeram parte da Galileia, mas se encontram perto da fronteira noroeste desta região. Portanto, no tempo de Jesus estavam fora dos domínios de Herodes Antipas. Para esse local o Senhor se retira a fim de evitar a perseguição deste e dos judeus e para atender de modo mais intenso à formação dos Seus apóstolos.

Algo muito interessante, num primeiro momento, nos chama a atenção: Jesus não tem medo de fugir das ocasiões de perseguição.

E nós? Como reagimos diante das realidades de perseguição com relação ao pecado, por exemplo? Enfrentamos ou fugimos delas? Se as enfrentamos, sempre cairemos; mas se fugimos delas, a exemplo de Cristo, sempre sairemos vencedores. Nesse caso, o valente sempre “quebra a cara” e o que foge sempre sai vencedor, pois não conta com suas forças, mas com a força de Deus.

Tiro e Sidônia são duas cidades pagãs. É aí que Jesus se encontra – repito – para isolar-se das perseguições e para ter um momento forte de formação com os apóstolos. Enquanto aí estão, aparece uma mulher e rasga o coração na presença de Nosso Senhor Jesus Cristo; ela segue o exemplo dos maiores homens e mulheres da Sagrada Escritura, ou seja, rasga as vestes na presença do Senhor, ou seja, rasga o coração e se desnuda, retirando todas as máscaras, diante d’Aquele que ela acredita poder salvar sua filha, que está possessa. O Senhor, para experimentá-la, faz de conta que é insensível à sua súplica. Os apóstolos – estes sim – insensíveis, petulantes, dão ordem a Jesus que ignore – a exemplo deles – aquela mulher aflita.

Meu Deus, como é difícil para cada um de nós nos sensibilizamos com os outros, principalmente os que sofrem! Como somos petulantes e insensíveis; como nos achamos melhores do que os outros! Como precisamos ser mais misericordiosos; com certeza, esta falta de misericórdia que nos invade é o fato de ainda não termos “quebrado a cara” e a “crista”. “Nossa, padre, que dureza nestas palavras…!” Sim, pois só é capaz de ser misericordioso aquele/aquela que experimentou a misericórdia. Como nos achamos muito bons, acreditamos que ainda não necessitamos da misericórdia para valer.

Aquela mulher se lança em Deus, rasca o coração, arrancando todas as máscaras e sendo ela mesma – filha – na presença do Seu Senhor. Ela sabe que a misericórdia de Cristo é dirigida a todos, pois tudo vem d’Ele, inclusive os cachorrinhos. Na verdade, o raciocínio daquela mulher, profunda na fé, é o seguinte: se a misericórdia de Deus invade toda a criação, assim como aos cachorrinhos, por exemplo, quanto mais esta mesma graça não lhe estará reservada pelo fato de ser filha de Deus, como também o é a sua filha possessa. Jesus se impressiona com aquela “pagã”, pois não tinha visto ainda tamanha fé em Israel, lugar dos “santos e dos puros na fé”. Hipócritas!

Nós nos surpreenderemos, um dia, no Reino dos Céus, pois – como já disse Jesus – as prostitutas nos antecederão! Isso é muito sério.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

Pai das Misericórdias

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