24 Feb 2012

Quem jejua reza melhor

“Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então, eles vão jejuar”. Com estas palavras, Jesus não aboliu o jejum nem a oração. Simplesmente Ele quis dizer aos discípulos de João Batista – e todos aqueles que ainda estavam presos ao passado – que jejum é feito em casos específicos, quando queremos servir melhor a Deus, quando estamos passando por tribulações, perseguições, doenças e calamidades, quando há arrependimento dos próprios pecados e os do povo, e pelas conversões em massa.

Aliás, jejum, oração e boas obras são mencionados, frequentemente, por judeus e cristãos. A oração não fica à frente do jejum. Por sinal, o mais completo entendimento sobre a oração é particularmente oferecido em conexão com o ato de jejuar. Quando olhamos o que é dito sobre a oração – e como ela é definida – podemos ver que a ênfase é naturalmente mais no estado do coração e da alma do que no corpo, como possível expressão da oração em geral.

Segundo São João Damasceno, “oração é a subida da mente e do coração de alguém a Deus ou o pedido das boas coisas de Deus”.

Primariamente, a conversa com Deus, como atividade, espiritual é enfatizada. Todavia, há também a prática e a experiência de que não apenas pensamentos, conversas e atos espirituais por si só estão inclusos na oração, mas também o corpo. O ato de orar se torna mais completo por meio do corpo e do movimento que acompanham as palavras do fiel que ora. O corpo e seu movimento tornam a oração mais completa e expressiva para que ela possa, mais facilmente, envolver a pessoa por inteiro.

O jejum físico torna a oração mais completa. Uma pessoa que jejua reza melhor e uma pessoa que reza, jejua mais facilmente. Desta forma, a oração não permanece somente numa expressão ou palavras, mas envolve o ser humano por inteiro.

Uma pessoa experimenta sua impotência mais facilmente quando jejua, por isso, por meio do jejum físico, a alma está mais aberta a Deus. Sem jejum nossas palavras permanecem sem uma fundação verdadeira na oração. No Antigo Testamento, os crentes jejuavam e rezavam individualmente, em grupos e em várias situações da vida. Por causa disso, eles sempre experimentavam a ajuda de Deus. Jesus confere uma força especial a quem jejua e ora, especialmente na batalha contra os espíritos do mal.

O jejum é um tipo de penitência, na qual abrimos mão de algo que nos agrada e oferecemos esse “sacrifício” por alguma boa intenção. Aqui destacamos um detalhe: só Deus precisa saber desse jejum. Não é preciso sair por aí se “gabando” de jejuar ou se mostrando abatido por causa de sua abstinência. Pelo contrário, o verdadeiro jejum é feito às escondidas para que somente o nosso Deus, “que vê o que está escondido”, tome conhecimento.

No Evangelho de hoje, Jesus justificou que os Seus discípulos não estavam em jejum, porque Ele próprio estava presente e isso era motivo de festa. E festa não combina com jejum. Chegaria o dia em que Jesus não estaria mais com eles, daí, sim, eles jejuariam.

Querendo, pois, fazer uma caminhada de penitência, sigamos o Senhor. Hoje é o dia, esta é a hora da prática do jejum. Abrindo mão de certos prazeres – ou até oferecendo as nossas dores e sofrimentos a Deus – a fim de que Ele amenize o nosso sofrimento ou de outras pessoas.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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