05 Feb 2013

Prostre-se aos pés de Jesus e suplique que Ele chegue até a sua casa

Jairo era chefe de uma sinagoga. Entre as suas atribuições estava a presidência da assembleia, a interpretação da Lei, a decisão sobre questões legais, a administração da justiça, a bênção dos casamentos e o decreto dos divórcios, a direção do culto na sinagoga, a seleção daqueles que deveriam liderar a oração, a leitura, as escrituras e as pregações. Geralmente, apenas uma pessoa ocupava essa posição em cada sinagoga, tornando-se alguém influente em sua comunidade.

Jairo era um homem respeitado, culto, inteligente, com boa formação acadêmica e religiosa. Mas quando Jesus desceu do barco e a multidão festejou Seu retorno, o semblante de Jairo não era de alegria. Ele demonstrava um misto de tristeza e esperança. Sua filha de doze anos estava à beira da morte.

A multidão está reunida em torno de Jesus (5,21), e não na sinagoga. O próprio chefe da sinagoga, Jairo, vem também a Jesus, em busca de socorro para sua filha que estava à morte.

Perder um filho deve ser uma experiência tenebrosa. É uma situação que foge ao curso natural da vida. A Bíblia não dá detalhes sobre a doença da garota, mas é certo que era algo muito grave. Jairo vivia sobre a sombra da morte de sua única filha.

É fácil imaginar que Jairo usou de todos os recursos disponíveis para curar sua filha. Os melhores médicos, os melhores remédios. Cuidados e carinhos não devem ter faltado àquela menina. Mas, ainda assim, a morte rondava a vida daquela família e Jairo, o chefe da sinagoga, não podia fazer mais nada.

“Lançou-se aos seus pés”. Atitude de desespero ou de fé? De qualquer forma, Jairo parece enxergar em Jesus a única possibilidade para salvar sua filha doente. Ele rogava a Jesus “com insistência”. Aqui sim, aparece um sinal indiscutível de fé e perseverança. Mais tarde, essa fé será testada ao extremo.

Acompanhando Jairo, Jesus para e dá atenção a uma mulher com hemorragia que o toca e fica curada. A dedicação ao chefe da sinagoga não distrai Jesus da atenção para com os pobres excluídos, até os prioriza. Este relato no meio de outro (a cura da filha de Jairo) aparece para compor uma cena instigante: Jesus irá “perder” tempo com a mulher. Enquanto ele dá atenção àquela mulher, a filha de Jairo morre (lembra o episódio da ressurreição de Lázaro em Jo 11). O caso da mulher, entretanto, também traz seus significados: ela, com este problema, naquela época, era considerada impura e vivia excluída da sociedade. Mais uma vez, Jesus realiza um milagre que resultará na inclusão social.

“Não incomodes mais o mestre”. Voltando ao tema central do nosso texto, vemos que, enquanto Jesus demora-se curando e dialogando com a mulher com perda de sangue, a situação da menina se agrava ao extremo: ela morre. Alguém (pessimista, sem fé) diz a Jairo para não incomodar mais o mestre, pois tudo já está perdido. Jesus pede a Jairo que mantenha a fé; Jairo persevera. Para quem crê em Deus sempre há uma esperança; a morte não é o que parece. Surge aqui uma ligação com os ensinamentos escatológicos de Jesus: há vida após a morte; a morte não é o fim de tudo; para quem crê em Jesus, há ressurreição!

“Estavam chorando e fazendo grandes lamentações”. Para aqueles que não creem em Jesus, a morte é o fim de tudo. O desespero toma conta da casa (família, coração, vida). É uma situação irreversível? Jesus vai mostrar que não. Ele entrou na casa, tudo vai ser mudado, como em Zaqueu (Lc 19).

Na casa do chefe da sinagoga, aqueles que choravam zombam de Jesus. Tomando a menina pela mão, Ele ordena que ela se levante. E ela se levanta.

“Menina, levanta-te!” A fé perseverante de Jairo até o fim obtém o resultado. Aquilo que parecia impossível acontece para aqueles que se entregam na fé em Jesus. A tristeza na casa desaparece quando Jesus entra nela. O Senhor fala que deem de comer à menina, realçando sua recuperação.

Você está vivendo uma situação parecida com a de Jairo? Talvez não com uma filha à beira da morte, mas com alguma situação sobre a qual você já não tem mais controle? Você já usou todos os seus recursos, a sua inteligência e a sua influência para solucionar essa questão, mas nada mudou?

Eu quero encorajá-lo a tomar uma atitude que deveria ter sido tomada desde o começo da sua angústia: prostrar-se aos pés de Jesus e suplicar pela Sua ajuda.

O chefe da sinagoga, sem alternativa para doença da filha, foi procurar o Senhor. Mas aqueles que conhecem o Filho de Deus como seu Salvador não precisam esperar. Podem suplicar e clamar por socorro em qualquer tempo.

As coisas andam complicadas? Parece que nada dá certo? Parece que na batalha da vida você sempre está perdendo? Os problemas são maiores que sua capacidade para resolvê-los? Faça como Jairo: prostre-se aos pés de Jesus e suplique que Ele chegue até a sua casa. O Senhor Jesus prontamente atendeu ao chamado do chefe da sinagoga e também vai atender ao seu chamado.

A tristeza em nossa vida também desaparece quando permitimos a entrada de Cristo nela.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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