Não tenhamos receio de sermos despojados, porque assim foi o nosso Mestre
“Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos” (Jo 12, 3).
Que beleza, na celebração desta Semana Santa, esse Evangelho ocupar um lugar tão importante! Jesus está na casa de Lázaro e Marta, e, no meio de uma refeição, Maria se coloca aos Seus pés. Ela pega o melhor perfume, o mais caro e esplêndido, e joga aos pés do Mestre.
Essa é uma atitude maravilhosa de desprendimento, de reconhecimento e adoração, de colocar-se inteira como ela está fazendo e com tudo que tem aos pés do Mestre Jesus.
Ele foi o Senhor que transformou a vida de Maria, e ela reconhece que Ele é o Senhor da sua vida, por isso ela não têm reservas e joga o melhor de si aos pés do Mestre Jesus. Quando ela vai enxugando, com seus cabelos, os pés de Cristo, ela está dizendo que todo o seu corpo, tudo aquilo que ela é, está inteiramente aos pés d’Ele.
Como seria bom e é, de fato, necessário nos colocarmos inteiros aos pés de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Sabe, as pessoas se voltam para Jesus, mas, muitas vezes, voltam-se pela metade, voltam-se só de espírito, voltam-se com uma coisa ou outra. Precisamos, no entanto, ir com o corpo, a alma, o espírito e nossos bens e posses. Precisamos nos despojar, colocar-nos inteiros e sem reservas ao coração de Jesus, aos Seus pés.
O que Maria fez é contraditório ao que Judas, que era discípulo de Jesus, não fez e está repreendendo. “Como essa mulher faz isso? Esse perfume vale trezentas moedas de pratas. Podemos dá-las aos pobres”.
Não quer dizer que Judas esteja preocupado em ajudar os pobres. Ele é avarento, é apegado ao dinheiro, só se preocupa com si mesmo. Desculpe-me, temos uma sociedade, um mundo em que vivemos onde há pessoas que só se preocupam com o dinheiro. E preocupam-se não porque são pessoas econômicas. Não! São pessoas avarentas, elas não são capazes do pouco ou do muito que têm, ter um coração despojado para servir a Deus e ao próximo, para ajudar as pessoas.
São sempre assim, desculpe-me a expressão, com a mão fechada, porque, não é a mão que se fecha, mas é o coração, é o coração que se apega. E aí essas pessoas não sabem ser livres.
É o que acontece com esse discípulo de Jesus chamado Judas. Ele é a contradição do despojamento, não é aquela pessoa que simplesmente gasta tudo o que tem. Não estamos falando disso não! Estamos falando de pessoas despojadas, pessoas generosas, pessoas que dão o melhor de si para os outros e para Deus.
Não podemos ser discípulos de Judas. Somos discípulos de Jesus, que deu tudo de si, e a si por inteiro para salvar a humanidade. Não tenhamos receio de sermos despojados, porque, assim foi o nosso Mestre!
Deus abençoe você!