17 Apr 2011

Hosana ao Filho de Davi!

Desde o princípio da Quaresma vimos a preparar-nos com obras de penitência e de caridade. Neste dia, a Igreja recorda a entrada de Cristo, o Senhor, em Jerusalém, para consumar o Seu mistério pascal. Por isso, em todas as Missas se comemora esta entrada do Senhor na cidade santa: ou com a procissão, ou com a entrada solene antes da Missa principal, ou com a entrada simples antes das outras Missas.

Foi para realizar este mistério da Sua morte e ressurreição que Jesus Cristo entrou na

cidade de Jerusalém. Por isso, recordando com fé e devoção esta entrada triunfal na cidade santa, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora na Sua cruz, mereçamos um dia ter parte na Sua ressurreição.

A leitura atenta da Paixão suscita uma inevitável pergunta: quem foram os responsáveis pela morte de Jesus? Os judeus ou os romanos? Na morte de Jesus misturaram-se motivos políticos e religiosos, embora a responsabilidade mais direita caia, de acordo com a narração evangélica, sobre as autoridades judaicas daquele tempo, e não sobre todo o povo da época.

Porém, a leitura crente do Evangelho, descobre outros responsáveis pela morte de Cristo: somos todos nós. Ele mesmo foi abatido pelas nossas iniquidades (Is 53,3). Cada um de nós pode ouvir, dirigidas a si, as palavras que o profeta Natã dirigiu a Davi quando este lhe perguntou quem foi o malvado que matou a única ovelha do pobrezinho. Ele responde: “Esse homem és tu!” (2 Reis 12,7). Sim, foste tu, fui eu e fomos todos, cada um dos homens. Não estão sós Judas que O atraiçoou, Pedro que O negou, Pilatos que lava as mãos, a multidão que repete: “Crucifica-o!”, os soldados que repartem em si as vestes do condenado, os ladrões criminosos… Estamos todos nós!

Mas não podemos ficar aqui. Sabemos não só que Jesus morreu verdadeiramente e foi sepultado. Sabemos também que ressuscitou ao terceiro dia e subiu para a direita do Pai. Morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa Salvação.

Desde hoje temos de olhar já para o Domingo de Páscoa. Mas para que este olhar não seja um sentimento vazio, precisamos tomá-lo verdadeiramente a sério, ou seja, morrer pelo arrependimento e a confissão dos nossos pecados – sobretudo dos pecados mortais, – e assim ressuscitar para a vida da Graça.

“Bendito o que vem em nome do Senhor!” A liturgia do Domingo de Ramos é como que um pórtico de ingresso solene na Semana Santa, associando dois momentos entre si contrastantes: o acolhimento de Jesus em Jerusalém e o drama da Paixão; o «Hosana!» de festa e o grito repetido várias vezes: «Crucifica-O!»; a entrada triunfal e a derrota aparente da morte na Cruz. Assim, antecipa o «momento» em que o Messias deverá sofrer muito, será morto e ressuscitará no terceiro dia (cf. Mt 16, 21), e prepara-nos para viver em plenitude o mistério pascal.

Portanto, «Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti» (Zc 9,9). A cidade em que vive a memória de Davi rejubila ao receber Jesus; a cidade dos profetas, muitos dos quais nela sofreram o martírio por causa da Verdade; a cidade da paz, que ao longo dos séculos conheceu a violência, a guerra e a deportação.

De certa forma, Jerusalém pode ser considerada a cidade-símbolo da humanidade. E hoje estamos em festa, porque Jesus, o Rei da Paz, entra em Jerusalém.

“Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!”, ouvimos de novo a clara profissão de fé, pronunciada pelo centurião, que «O viu expirar daquela maneira» . Daquilo que viu, surge o testemunho surpreendente do soldado romano, o primeiro que proclamou que aquele homem crucificado «era o Filho de Deus».

Senhor Jesus, também nós vimos como sofrestes e como morrestes por nós. Fiel até ao extremo, tu nos libertaste da morte com a tua morte. Senhor Jesus, como o oficial romano, confesso a tua condição de Filho de Deus crucificado. Que eu compreenda o verdadeiro sentido de tua Paixão e possa professar: VERDADEIRAMENTE ESTE HOMEM ERA FILHO DE DEUS! Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel. Hosana nas alturas.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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