Do Evangelho de hoje, podemos deduzir que o Filho do Homem se declara Rei e Juiz de todas as nações. É a glória devida a Seu triunfo sobre a cruz, pois “Ele é o poder de Deus e a sua sabedoria” (1Cor 1, 24).
Cristo Jesus ressuscitado “vindo com poder e grande glória” (Lc 21,27), assume as funções do verdadeiro Deus. Sua sentença é definitiva, eterna como o fogo eterno preparado pelo Pai para os anjos rebeldes. Ele está rodeado de todos os seus anjos, o qual indica “ser superior a eles” (Hb 1,3-4), embora – segundo o que sabemos pelos padrões da época – o homem “era inferior aos anjos” (Hb 2, 7).
Trata-se de um juízo final ou do início de uma era histórica após a destruição de Jerusalém? No primeiro caso, Jesus – o Filho do Homem – será o Juiz definitivo. No segundo caso, indica quem fará parte do novo Reino entre os gentios. Os escolhidos serão “os misericordiosos que alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7), ou seja, os que agiram com compaixão ante os necessitados.
Aqueles que “escandalizam os pequeninos” (Mt 18,6) e praticam a iniquidade – não socorrendo os necessitados – serão lançados na fornalha ardente.
Sobre o fogo preparado para o diabo e os anjos, devemos comentar que, na época de Jesus, não se esperava que o demônio estivesse no inferno, porque sabemos, pelas palavras do próprio Jesus, que viu satanás “cair do céu como um relâmpago” (Lc 10,18). Portanto, o inferno não era sua morada, mas o fogo ou lago de fogo será o destino definitivo dele (cf. Ap 20,10), ao qual será lançado quem não for escrito no livro da vida (cf. Ap 20,15). Talvez isso explique a influência do maligno em nossa história.
Por outra parte, o Evangelho de hoje serve para responder à seguinte pergunta: “Como poderão salvar-se os que não conhecem Jesus ou consideram verdadeira a sua própria religião?” Obviamente, a fé será substituída pelas obras de misericórdia, necessárias também entre os cristãos, porque a fé “sem as obras, ela está completamente morta” (Tg 2,17) e Paulo afirma que tem valor “a fé que atua mediante o amor” (Gl 5,6).
Senhor Pai Santo, Deus eterno e Todo Poderoso, unidos na caridade, celebramos a morte do Vosso Filho, proclamamos com fé a Sua Ressurreição e aguardamos, com firme esperança, a Sua vinda gloriosa no fim dos tempos. Amém.
Padre Bantu Mendonça