Um dos maiores clássicos da literatura mundial, sem sombra de dúvidas, é “O Pequeno Príncipe”. E uma das frases célebres do pequeno príncipe é a seguinte: “Vê bem quem vê com os olhos do coração, pois o essencial é invisível aos olhos“.
No Evangelho de hoje, nós nos deparamos, em parte, com aquilo que essa grande obra nos apresenta, ou seja, que devemos aprender a ver tudo, a começar pelo Criador – que é Deus – com os olhos do coração. Deus se manifesta e se apresenta nas pequenas coisas do dia a dia.
Veremos o Senhor quando estivermos na visão beatífica, ou seja, no Céu; enquanto isso, somos convidados para contemplá-Lo a partir das Suas criaturas e nos fatos concretos da vida.
Jesus chama a atenção dos discípulos e a nossa, pois muitos, no passado – como os profetas – quiseram ter visto e tocado o Senhor e não puderam; nós, além de tocar e ver – com o sentido da fé – temos a graça de nos alimentarmos do próprio Deus, na Eucaristia. Devemos nos perguntar: Como se encontra nossa vida eucarística, que é muito mais que entrar na procissão da comunhão? Estamos fazendo uma experiência profunda com o Senhor em cada Eucaristia celebrada? Esta Eucaristia tem transformado nossa vida?
Outra forma de tocarmos o Senhor é quando tocamos os pobres, os doentes, os marginalizados, os sem vez e sem voz, a começar por aqueles que tão perto de nós se encontram. Tocamos o Senhor quando exercemos as obras de misericórdia – corporal e espiritual. Como temos de sair de dentro de nós e irmos ao encontro dos outros, dando de comer a quem tem fome; dando de beber a quem tem sede; vestindo os nus, visitando os enfermos e encarcerados; tendo paciência com os outros; rezando pela conversão dos pecadores; instruindo os ignorantes, e tantas outras práticas caridosas.
Quantas oportunidades temos para a nossa santificação; quantas oportunidades temos de crescer na fé e nas obras de caridade; quantas oportunidades temos de viver e saborear os sacramentos – principalmente a Eucaristia e a Reconciliação! Para dizer, quantos gostariam de ter o que temos e, muitas e muitas vezes, não valorizamos. Esta palavra de Jesus nos chama profundamente a uma conscientização.
Se formos para os extremos do nosso Brasil – e do mundo – territorialmente falando – quantos gostariam de ter o que temos no que se refere às graças e oportunidades para vivermos uma comunhão com o Senhor. Nos lugares onde a Eucaristia e os demais sacramentos tornam-se raríssimos pela falta de ministros ordenados. Como estas pessoas gostariam de ter o que temos: o Cristo vivo a partir da Palavra e do Seu Corpo e Sangue na Eucaristia.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova