“Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar os meus bens’. O administrador então começou a refletir: ‘O Senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer?’” (Lucas 19,1-3)
Esse é o drama, muitas vezes, que acontece conosco quando nos acomodamos ou nos comportamos mal diante daquilo que o Senhor nos confia, e depois somos chamados a fazer esse exame de consciência.
Muita atenção para o contexto que está esse Evangelho de hoje. Vamos recordar que Jesus está à mesa com publicanos e pecadores — pessoas malvistas pelos seus comportamentos contrários à lei divina e também aos próprios valores universais da dignidade humana, como não prejudicar o outro, a lealdade ao próprio povo, a caridade com os pobres etc. —, são essas as pessoas que estão perto de Jesus.
No meio destas companhias, Jesus sai com uma parábola que, aparentemente, elogia um administrador desonesto acusado de estar roubando o patrão. O padre não leu toda a parábola, mas aquele administrador teve um comportamento esperto e, depois, Jesus elogiou aquele homem.
Para se safar de ser mandado embora, ele arquitetou aparentemente a sua última desonestidade. O que não se faz neste mundo para não ser mandado embora! Quantas coisas e pessoas se sujeitam a certas imoralidades para não perderem as suas cadeiras numa empresa, nas firmas, nas fábricas, nas lojas.
Retomemos o caminho do Senhor e vivamos nessa vida com toda a honestidade
Quantos empregados também, que são reféns de patrões desonestos, mal pagadores, exploradores, enganadores; e quantos empregados que também enganam seus patrões com as fraudes, as mentiras, embromações, reclamações, críticas veladas! Tudo isso gira neste contexto, e Jesus está diante desse dilema dramático.
Aquele administrador que, por toda a vida, pegou para si o que não lhe pertencia, agora abre mão do que é seu para não perder o emprego, ele tira do seu lucro para poder permanecer com a administração dos bens do seu patrão.
É hora de limpar a nossa “ficha penal”, abrindo mão daquilo que não nos pertence, ou até do que nos pertence, mas nos atrapalhou um pouco na nossa vida com Deus. Porque quem quer se converter de verdade deve usar o tempo que lhe resta para fazer o bem.
Aquele homem caiu em si e percebeu: “Agora, preciso abrir mão até do que é meu para não perder a administração”; ele foi esperto, aproveitou a oportunidade que estava sendo dada a ele naquele momento da vida.
Deus nos oferece muitas oportunidades de nos converter, de voltar atrás das nossas más ações para que nós retomemos o caminho do Senhor e vivamos nessa vida com toda a honestidade.
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!