“‘Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?’ Jesus respondeu: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento!’ Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’” (Mateus 22,36-39).
Os fariseus eram um grupo de pessoas muito influentes no tempo de Jesus; além de influentes, eram muito rigorosos e sistemáticos no cumprimento das prescrições das Leis de Deus. Surpreendidos pela resposta de Jesus — que fez calar alguns saduceus —, os fariseus tentaram colocar o Senhor à prova com uma pergunta muito delicada.
Por serem muito minuciosos no cumprimento da Lei, em seus mínimos detalhes, os fariseus chegaram a estabelecer uma lista de 613 mandamentos. Olha a quantidade de mandamentos, leis, regras que foram criadas por serem minuciosos! E, diante de tantos preceitos, que tornava muito difícil, inclusive, até lembrar de todos esses mandamentos, o grande dilema era saber qual era o maior de todos eles. E a resposta de Jesus — quando perguntam isso para Ele — é surpreendente, mas muito precisa.
Primeiro, Jesus cita um texto do Antigo Testamento, que faz parte da oração, o “Shemá Israel” (Ouça Israel), contido no Livro do Deuteronômio. Jesus vai dizer: “Ouve, Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças”. (cf. Dt 6,4-5 ) E, depois, Jesus cita o Livro do Levítico: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (cf. Lv 19,18)
Somos chamados a também manifestar o amor que Deus revelou a nós
Então, Jesus resume todos aqueles preceitos, todas aquelas leis em duas: “Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Jesus apresenta esses dois mandamentos, que estavam como que perdidos no meio de tantos outros, para nos dizer que o amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis e complementares. Esses dois mandamentos são o fundamento de todos os demais preceitos!
O amor a Deus está sempre em primeiro lugar, porque amar a Deus é uma correspondência do amor que Ele derramou sobre nós. Deus nos amou por primeiro e, uma vez que somos amados por Ele, retribuímos esse amor em gratidão a esse Deus que nos amou.
Porém, só conseguiremos amar o próximo, amando a Deus. Porque como vamos amar a Deus se não amamos o nosso irmão que vemos ao nosso lado? Por isso esses dois mandamentos caminham juntos, são complementares e são o fundamento de toda a Lei: amar a Deus e ao próximo.
O Senhor, hoje, nos ensina que precisamos amar a Deus, mas também precisamos amar o nosso irmão que está ao nosso lado. Precisamos ver em nosso irmão, de fato, um irmão, um filho de Deus, alguém a quem somos chamados a também manifestar e revelar o amor que Ele revelou a nós.
Desça sobre vós a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!