“Naquele tempo, João pregava, dizendo: ‘Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo’. Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão.” (Marcos 1,7-9)
Meus irmãos e minhas irmãs, neste tempo, estamos caminhando nos preparando para as festas do Senhor: a Epifania, a Festa do Batismo.
Vemos no Evangelho de hoje um homem gerado no Espírito: Jesus. Assim, professamos no Credo Niceno-Constantinopolitano — “Gerado, não criado”. Por outro lado, vemos o homem criado no Espírito, que é João Batista. Então, temos aqui estas duas experiências: o homem gerado e o homem criado no Espírito. Os dois se reencontram 30 anos depois, nas águas do Jordão. Jesus, o homem do Espírito, deixa-se batizar por João, o homem das águas (o batizador), como ele era conhecido.
Aqui, vemos um reencontro místico porque, há 30 anos desse fato, Jesus, o homem plasmado pelo Espírito no ventre de Maria, visita João, o homem imerso nas águas no ventre de Isabel — lembre-se que João já tinha seis meses de vida quando Jesus foi concebido. Então, ele já estava no ventre da sua mãe naquelas águas, e Jesus, o homem plasmado pelo Espírito, visita João Batista.
Reconhecer-se como filho amado se torna tão urgente nos tempos atuais
Na ocasião, que Jesus visita João, ele ficou cheio do Espírito Santo e pulou de alegria no ventre de Isabel. Agora, 30 anos depois, Jesus, sendo batizado, atrai o Espírito Santo novamente. E o Pai, para que todos vejam a grandeza da Sua filiação, na filiação divina, se manifesta. Jesus atrai o Espírito Santo, atrai o Pai.
Aquela voz que ecoa: “Eis o meu filho amado”, pertence a todos nós, batizados, imersos em Cristo para o dom de uma vida nova, uma vida no Espírito.
Ao longo deste ano, vamos fazer memória dessa cena do Evangelho de hoje, vamos dar ouvidos a essa voz. Reconhecer-se como filho amado se torna tão urgente nos tempos atuais que precisamos todos os dias nos recordar dessa voz.
O mundo de hoje, você sabe, tem se levantado e tem levantado a voz para dizer aquilo que não somos. O mundo tem desfigurado a nossa identidade, a identidade do homem, a identidade da mulher, a identidade do matrimônio, a identidade do próprio Cristo, e é preciso ouvir essa voz do Espírito Santo que diz: “Tu és o meu filho amado, em ti eu ponho o meu bem querer”, ou seja: eu te amo e precisamos viver amados por Deus, conscientes desse amor, para que Nosso Senhor, quando vier na Sua glória, encontre-nos com o coração bem preparado.
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!