Precisamos pedir perdão a Deus não só pelos nossos pecados, mas pelos pecados da humanidade, da nossa casa e nossa família
“E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer a seu povo” (Êxodo 32, 14).
Quero meditar com você a Primeira Leitura da Liturgia de hoje, no Livro do Êxodo, porque, nessa nossa caminhada quaresmal, estamos fazendo um verdadeiro êxodo, uma verdadeira passagem da morte para a vida, da escravidão do pecado para a liberdade da graça.
Assim como o povo de Deus fez a caminhada de 40 anos no deserto, estamos há 40 dias neste tempo quaresmal, com todo o simbolismo que ele significa. Porém, no meio daquela caminhada, o povo de Deus desviou-se, fez tudo aquilo que era o contrário do que tinham prometido fazer para com Deus.
O Senhor estava sendo tão bom para com Seu povo, os tirou do caminho da escravidão, estava conduzindo-os para a vida nova, para a liberdade, para a salvação. Mas era um povo de cabeça dura, que, em vez de se voltar para Deus, estava prostrado diante de outros deuses, voltou-se para outras coisas e não para o Senhor Nosso Deus. Povo de cabeça dura! Deus quis deixar aquele povo de lado.
Você deve ter visto aqui a expressão que Deus desistiu de fazer o mal. Mas que mal Ele iria fazer a Seu povo? Que mal Ele pode fazer? Preciso dizer a você que o Senhor não faz mal nem castiga, o que podemos entender é que, quando nos afastamos, quando não queremos saber d’Ele ou colocamos outros no lugar d’Ele na nossa vida, não há mal nem castigo maior do que esse!
Estamos longe, afastado de Deus, mas não foi Ele quem se afastou de nós, fomos nós que nos afastamos do Senhor para escolher outros caminhos e não os caminhos d’Ele. Não há desgraça maior do que essa!
Uma vez que não quero mais saber de Deus, é como se Ele dissesse: “É você quem não quer saber de mim, então não preciso mais saber de você!”.
Somente Moisés estava ali temente a Deus. Um papel maravilhoso é o papel de Moisés; ele é intercessor! Moisés, vendo seu povo no caminho do pecado, cometendo todos aqueles males contra Deus, contra o próprio povo, vai suplicar pela misericórdia divina; ele vai pedir por todo aquele povo.
Aquele povo estava tão perdido, inerte no caminho do erro, no caminho do pecado, que não tinham nem capacidade para isso. Por isso, é Moisés quem se prostra, levanta suas mãos para o Céu e intercede, invoca a misericórdia divina e suplica em favor do Seu povo.
Hoje, precisamos pedir perdão a Deus não só pelos nossos pecados, mas pelos pecados da humanidade, da nossa casa e família, da sociedade, da igreja, do mundo em que estamos, o qual, muitas vezes, se afasta dos caminhos de Deus, afasta-se da bondade d’Ele para servir outros deuses. Como falta a consciência de pedir perdão!
Quem tem consciência precisa ser como Moisés: humildemente colocar-se na presença de Deus e clamar pela Sua misericórdia, clamar para que não se afaste do meio de nós, clamar para que a graça divina não fuja do nosso meio, porque ela não age quando as pessoas se colocam indiferentes ou a rejeitam.
Moisés, de forma suplicante e misericordiosa, intercede pelo Seu povo. Por causa da oração, da súplica de Moisés, o Senhor desistiu de afastar-se do Seu povo, o Senhor desistiu de ficar longe dele.
“Senhor, apesar dos nossos pecados e erros, das nossas fraquezas, apesar de nos voltarmos para outros deuses e não para Ti, não fique longe de nós. O Senhor é o único Deus verdadeiro, por isso Te pedimos: tenha misericórdia de nós, não afaste de nós o Seu favor e a Sua graça, porque sem Ti nós perecemos. Precisamos de Ti, tenha misericórdia e compaixão de todos nós, Senhor Nosso Deus!
Deus abençoe você!