Não podemos vencer o ódio, as maldades e as mazelas da nossa vida, da nossa alma e do nosso coração se não nos esforçarmos para viver o amor concreto
“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (João 15,12).
O testamento que Jesus nos deixou é o Seu amor por nós. Sabemos que quando alguém parte desta vida, por exemplo o pai ou a mãe, o avô ou a avó, deixam algo de testamento. Muitas vezes, as pessoas entendem “testamento” como algo financeiro e, antes de a pessoa morrer, já nascem as ambições e preocupações: “Quem vai ficar com isso e com aquilo?”. Depois da morta, se não há amor naquela família, se ela não é conduzida por um amor sincero e verdadeiro, as disputas são grandes. E o que era para ser concórdia, torna-se uma grande discórdia; muitas vezes, uma desgraça.
O nosso Mestre não fez nenhum testamento material, até porque Ele viveu a liberdade extrema, de nada possuir deste mundo, mas nos deixou Seu maior tesouro: Seu amor para conosco, a forma extrema com que nos amou, sendo capaz de dar Sua vida por nós ao derramar Seu próprio sangue.
Assim como Ele fez, nós também precisamos fazer: amar uns aos outros, dar a nossa vida pelo próximo. Mas não permitamos que seja um amor poético, que vire música. O amor é uma atitude muito concreta, exigente e sacrificante. O amor nos leva a viver sacrificados para nós e para os nossos mais profundos desejos egoístas da vida. Se não sacrificarmos nossa carne naquilo que ela tem de mais egoísta, não conseguimos viver o amor sincero e exigente que a nossa fé nos chama a viver.
O amor é libertador, restaurador e, de fato, livra-nos do mal que o egoísmo gera em nós. O amor nos liberta do ressentimento, da mágoa, dá-nos uma nova face e um novo coração. O amor nos leva a superar todas as marcas que o homem velho deixou em nós e nos dá a graça de recomeçar a cada dia. O amor nos ensina a perdoar quando não temos força nenhuma para perdoar. O amor é a força motora que nos mantêm unidos a Cristo.
Amar uns aos outros não é conselho, mas mandamento, exigência, esforço e medida necessária para vivermos uma fé autêntica!
Não podemos vencer o ódio, as maldades e as mazelas da nossa vida, da nossa alma e do nosso coração se não nos esforçarmos para viver o amor concreto, que exige gestos, doação de vida; que exige atropelarmos as coisas mais egoístas da vida.
Você nunca leva nada adiante do que quer fazer sem a graça do perdão. Amor e perdão se conjugam, andam de mãos dadas.
Deus abençoe você!