O amor de Deus pela humanidade em sua expressão máxima
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa dirigindo-se apressadamente a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lucas 11,27-28).
A promessa da nossa própria ressurreição
Meus irmãos e minhas irmãs, hoje é domingo, dia do Senhor. Aqui na Igreja do Brasil, nós celebramos, hoje, a solenidade da Assunção de Maria ao Céu.
A festa de hoje tem aspectos cristológicos, mariológicos e, acima de tudo, antropológicos. Ou seja, ela indica a ressurreição da carne de Maria e aponta também aquilo que vai acontecer a cada um de nós.
Todos os domingos, nós professamos: “Eu creio na ressurreição dos mortos, na ressurreição da carne, na vida eterna”. Pois é, Maria é essa realidade! Ela é a máxima expressão do amor que Deus tem pela nossa humanidade. Como Deus ama o ventre de uma mulher! Foi o ventre de Ana, a mãe da Virgem Maria, o novo espaço, nós poderíamos dizer, o novo jardim do Éden, onde foi colocada a mais bela das criaturas, escolhidas por Deus para um projeto salvífico.
A dignidade da carne humana: uma resposta às guerras
A festa de hoje não é uma mera mudança no endereço de Maria, como se ela fosse, agora, transferida de casa – estava na Terra e, agora, vai para o Céu. É uma continuidade daquele sim ofertado por Maria e que, agora, é acolhido nos céus pela inteira Trindade.
A festa de hoje, instituída no ano de 1950, foi uma resposta às duas grandes guerras mundiais, onde a carne humana foi reduzida de todos os modos.
A pessoa foi reduzida a um nada, como podemos recordar com os horrores do holocausto, onde eram realizadas atrocidades contra aquelas pessoas em prol de uma absurda ideia de purificação da raça humana.
A Igreja, com a instituição desta festa, desse dogma, quis dizer: Olhem para Maria! Olhem para o que Deus fez com a carne humana, qual a dignidade que a carne humana tem aos olhos de Deus!
Quando eu falo carne humana, eu digo da pessoa humana, que tem a sua dignidade aos olhos de Deus. Por isso cada pessoa precisa ser tratada com o máximo de respeito, com o máximo de amor.
“Bendita és tu”: a lógica da fé no testemunho de Isabel
Devemos olhar o que Cristo fez com a carne da sua mãe para nos recordar o que ele fará conosco.
Nós não temos, nas Escrituras, nenhum relato sobre esse episódio da Assunção de Maria; são os apócrifos, documentos cristãos que não estão contidos na Bíblia, mas nos ajudam, de certo modo, na compreensão desse mistério; e eles dizem algo a respeito desaa fase, dessa etapa da vida da Virgem Maria.
Nos lábios de Isabel, no Evangelho de hoje, nós temos duas expressões: “Bendita és tu entre as mulheres e bem-aventurada aquela que acreditou!”
Dizeres tão fortes, que só podem nos fazer crer que Jesus jamais daria um fim trágico àquela que escolheu para ser, neste mundo, a Sua Mãe.
Um destino que será também o nosso
Olhemos então para a Virgem Maria, porque aquilo que nosso Senhor realizou em sua vida será realizado na vida de cada um de nós.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!