“Jesus contou-lhes uma parábola: ‘Olhai a figueira e todas as árvores. Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto.’” (Lucas 21,29-31)
Estamos chegando ao final de mais um tempo litúrgico, logo, depois de amanhã, daremos início ao tempo do Advento. E, com o tempo do Advento, também iniciaremos um novo ano litúrgico na Igreja. E a Liturgia desses dias nos fala justamente sobre o final dos tempos, o final dos tempos que dá início a um novo tempo e, de maneira definitiva, ao tempo do Reino de Deus.
O Reino de Deus, embora pareça distante, já está crescendo em nosso meio, pois Cristo, com a Sua morte e ressurreição, já deu início ao Seu Reino em nosso meio.
A morte de Cristo marca o início do Reino de Deus já presente em nosso meio. E algo interessante que podemos perceber neste tempo são as leituras que estão sempre voltadas para esse gênero apocalíptico, esse gênero dos fins dos tempos; são leituras repletas de figuras e símbolos que nos falam de destruição e renovação, uma dinâmica que, a princípio, assusta-nos, mas não é com a pretensão de gerar pânico ou medo.
O grande intuito da Liturgia é justamente nos ajudar a percebermos os sinais que Deus nos envia, sinais que devem nos encorajar a uma mudança de vida, a uma profunda conversão do coração.
Fiquemos atentos aos sinais dos fins dos tempos, mas, ao mesmo tempo, nos alegremos com eles
Compreender e interpretar os sinais que nos apontam à aproximação e a concretização do Reino de Deu, deve nos fazer encher o nosso coração de esperança. O Senhor está próximo, longe de pânico, de medo, de ficarmos assustados; o nosso coração deve se encher de esperança.
Por isso, Jesus traz, no Evangelho de hoje, a figura da figueira que dá os seus primeiros brotos, sinalizando o fim de um tempo, mas o início de outro tempo; um tempo de abundância e vida plena.
Para aqueles que têm fé, para nós que temos fé, que possuímos fé, o fim dos tempos não deve nos apavorar, não deve nos assustar, não deve gerar em nosso coração angústia, mas deve gerar no nosso coração o desejo de uma vida nova, deve gerar no nosso coração o desejo de mudança e de conversão, em vista de também adentrarmos no Reino dos Céus.
Porque só entrará no Reino dos Céus aqueles que forem convertidos, aqueles que assumirem, de fato, essa vida nova. Então, o fim de ano já vai gerando isso em nós, esse desejo de mudança, de renovação; e a Liturgia já nos aponta para isto: mudança, conversão de homens e mulheres redimidos, que estão esperançosos para a chegada do Reino dos Céus.
Portanto, meus irmãos, fiquemos atentos aos sinais dos fins dos tempos, mas, ao mesmo tempo, nos alegremos com eles. Quando percebermos, como Jesus disse: “A figueira dando novos brotos”, que possamos nos alegrar, porque o Senhor está próximo, assim como a Antífona da Liturgia, deste dia, nos diz: “Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!” (Lc 21,28).
Desça sobre vós a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!