O Evangelho de hoje contém duas ideias básicas: a amizade de Jesus com Seus discípulos e, como consequência, o amor fraterno. O texto começa e acaba com a mesma norma: mandamento do Senhor sobre o amor fraterno: “Este é o meu mandamento: que vos amei uns aos outros como eu vos amei… Isto vos mando: que vos amei uns aos outros”. Cristo diz que este é o mandamento d’Ele; e noutra passagem da despedida qualifica-o de “novo”, e inclusivamente situa no amor fraterno o “sinal” externo de identificação dos Seus discípulos.
Segundo o desejo e mandato expresso de Cristo, os crentes devem amar-se mutuamente. Por quê? Porque eles foram previamente amados por Ele: “Amai-vos como eu vos amei”. Provas deste amor? “Ninguém tem um amor maior que o que dá a vida pelos seus amigos”. O amor que se sacrifica é o mais autêntico. “Eu vos chamo amigos”, diz o Senhor aos que até aquele momento eram discípulos do Mestre e Senhor. Surpreendente!
A amizade costuma definir-se em termos de igualdade e não de superioridade e inferioridade. Já o diziam os clássicos: a amizade supõe ou faz iguais aos amigos. Mas, de qualquer forma não pode haver igualdade entre Jesus e Seus discípulos, entre Deus e nós. Contudo, Cristo estabelece amizade com os Seus. Como? Fazendo valer as novas razões pelas quais se acede a uma amizade e intimidade em que Ele tem a iniciativa.
“Ninguém tem maior amor que aquele que dá a vida pelo seus amigos. Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu amo. A vós chamo-vos amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu vos dei a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes, mas foi eu que vos escolhi”.
Do que antecede se depreende que são três, entre outras, as razões para a amizade de Jesus com os Seus: Primeira – Porque Ele dá a vida por eles. Segunda – Porque lhes desvendou todos os seus segredos. Terceira – Porque, simplesmente, Ele os escolheu como amigos. Daqui se conclui logicamente que o Pai concederá aos amigos de Jesus o que estes Lhe peçam em nome de Cristo.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova
*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia. p. 233-234. Paulus: 2000.