15 Aug 2025

Carisma, dom e tarefa

A vocação como resposta

Naquele tempo, os discípulos disseram a Jesus: “Se a situação do homem com a mulher é assim, não vale a pena casar-se”. Jesus respondeu: “Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. Com efeito, existem homens incapazes para o casamento, porque nasceram assim. Outros, porque os homens assim os fizeram. Outros ainda se fizeram incapazes disso, por causa do reino dos céus. Quem puder entender, entenda” (Mateus 19,3-12).

Meus irmãos e minhas irmãs, vamos aproveitar que, neste mês de agosto, aqui no Brasil, nós vivemos a temática vocacional, e dizer uma palavra sobre o que está no final do Evangelho de hoje, que o padre leu a segunda parte.

A seriedade do matrimônio em discussão

O tema, justamente, era a discussão sobre o divórcio.

O contexto do divórcio na época de Jesus

Primeiro, o texto é longo e traz, no seu começo, a situação deplorável por parte de certas correntes de pensamento da época de Jesus, que aprovavam situações de divórcio por motivos tão banais, como o fato de a mulher cozinhar mal. Só para vocês terem uma ideia, existia uma corrente rabínica que permitia ao homem separar-se da sua mulher se ela cozinhasse mal.

A reação à indissolubilidade

Bom, diante do exposto por Jesus, da seriedade que é o matrimônio, alguns lhe disseram: “Se a situação é essa, então não vale a pena casar-se!”

O matrimônio como um carisma

Realmente, se não se compreende o matrimônio como um verdadeiro carisma, isto é, uma graça do alto, não se pode atrever a comprometer a liberdade de uma outra pessoa, terminando por arruinar a vida dela. Nem todos são chamados a uma vida matrimonial.

Acompanhando diversas famílias e os seus desafios, de fato, eu me dou conta de que é necessário um carisma todo especial para assumir alguém, para sacrificar-se por esse alguém, para acolher os outros que nascem desse amor e todas as suas implicações. Não é uma tarefa fácil. É preciso ter carisma, um dom para a vida matrimonial.

Os frutos de uma vida a dois

Mas àquele a quem é concedido esse carisma, que riqueza, que graça, que frutos nascem de uma família! Como é lindo contemplar um homem e uma mulher nascidos com o dom matrimonial, com a graça. Porém, Jesus sinaliza, no Evangelho, uma outra forma de realização de vida, que é o celibato.

O celibato como consagração pelo Reino

Claro que Jesus deve ter escutado, no seu tempo, muitas críticas, como também nós padres escutamos ainda hoje, porque todo mestre, todo rabino, deveria se casar.

E Jesus rompe com essa ideia, Ele rompe com aquela ideia trágica do celibato ligado à castração dos eunucos, que fala o texto de hoje.

Ele representa, aqui, o celibato na sua dimensão de consagração total de vida, de um coração indiviso que se dá inteiramente pelo reino dos céus.

Um dom para a Igreja

Que riqueza a vocação a uma vida consagrada no celibato, seja ela no sacerdócio, seja ela em outras formas de consagração! Também é um dom para a Igreja. É uma tarefa fácil? Não é. Mas quem tem esse carisma, quem tem esse dom, frutifica e é um sinal de Cristo no meio do mundo.

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!


Padre Donizete Heleno Ferreira

Padre Donizete Heleno Ferreira é Brasileiro, nasceu no dia 26/09/1980, em Rio Pomba, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2003 no modo de compromisso do Núcleo.

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