“Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: ‘Vós examinais as Escrituras, pensando que nelas possuis a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão testemunho de Mim, mas não quereis vir a mim para ter a vida eterna! Eu não recebo a glória que vem dos homens. Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus. Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a este vós o recebereis’.” (João 5,39-43)

Meus irmãos e minhas irmãs, são repreensões duras que nós estamos recebendo da parte do Senhor, o Evangelho de São João, nesses capítulos que meditamos ao longo desses dias. Eles nos trazem duras constatações e duras repreensões.

O texto de hoje nos apresenta mais uma delas: doutrina, liturgia, teologia, moral, linhas de espiritualidade etc., tudo isso são apenas modos pelos quais nós chegamos a Cristo. O cristianismo, sem a pessoa de Jesus Cristo, se torna estéril, oco, sem vida, um fardo, um conjunto de repreensões, uma repetição, ritualismo. E nós não podemos deixar que isso aconteça! Nós precisamos, urgentemente, redescobrir a pessoa de Jesus, sobretudo nos tempos atuais quanta necessidade de redescobrir a pessoa de Jesus!

A doutrina, por exemplo, surgiu para refutar os hereges, para dizer aquilo que não era Jesus Cristo, nas suas afirmações. Basta ver as resoluções dos concílios que nós tivemos ao longo da história da Igreja, foram todas situações em que se combateu o erro acerca da pessoa de Jesus, a doutrina sobre Ele. Contudo, não pensemos que Cristo seja um emaranhado de conceitos e frases bonitas, pois tem muitas pessoas que postam em suas redes sociais frases bonitas, de grandes teólogos, pensadores, mas, na vivência diária, são anticristãs porque se comportam de uma maneira contrária ao agir de Cristo, pois falta o encontro pessoal com Ele, falta experiência com a pessoa de Cristo. A pessoa, às vezes, se encontra com a doutrina d’Ele, mas esquece da pessoa de Jesus. 

O cristianismo, sem a pessoa de Jesus Cristo, se torna estéril, oco, sem vida, um fardo

A liturgia, um outro exemplo, surgiu para perpetuar o Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Uma missa celebrada dignamente é capaz de expressar isso, de transmitir essa verdade, por isso, a fidelidade aos textos sagrados é importantíssima, e eu não posso mudar ao meu bel-prazer.

Mas não pensemos que Jesus seja um manual de rubricas. Quanta gente que, no culto Eucarístico, ao sair da missa, produz divisão no corpo de Cristo, que é a Igreja. Muitas vezes, se arrogando até o direito de falar mal do próprio Papa, isso é uma falta sobre o conhecimento da pessoa de Jesus, é falta de experiência com a Sua pessoa.

Se não há uma imitação concreta da vida de Cristo, vale repensar a nossa caminhada cristã: eu não posso seguir o Cristo, que eu construí para mim, mas eu devo seguir o Cristo enviado do Pai, o servo de todos e o Senhor da história!

Sobre você, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!