“E dizia-lhes: Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe deve morrer’. Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus’. E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas.” (Marcos 7,9-13)
O Evangelho de hoje coloca-nos diante desta exortação de Jesus, que deveria ser para todos nós um verdadeiro exame de consciência, isso porque nós corremos um grande risco de transformar as nossas ações de fé e religiosidade em apenas uma soma de muitas tradições humanas, nessa tentativa de sermos dispensados daquilo que realmente deve ser feito. Tradições belas, louváveis e justas, mas que precisam, de fato, ser um sinal de uma vivência genuína dos mandamentos de Deus e não apenas uma representação ou uma fachada.
De nada adianta viver as tradições, se elas não nos levam a um verdadeiro amor, a um amor na sua concretude
Tem muitos que vivem de tradições, mas é apenas uma fachada, por trás não é muito bem isso. Na verdade, de que servem as nossas tradições, se, depois, nos esquecemos de amar o próximo? Ou nos esquecemos de amar o próprio Deus, ficamos ali na tradição e nos esquecemos do que realmente importa, que é amar a Deus e os irmãos.
De nada adianta viver as tradições, se elas não nos levam a um verdadeiro amor, a um amor na sua concretude! De que adianta sermos tradicionalmente cristãos, se não somos realmente cristãos? Precisamos viver a realidade do cristianismo, aplicá-lo em nossa vida!
Em outro Evangelho, Jesus nos afirma que a árvore se reconhece pelos seus frutos, por isso, devemos sempre ter o cuidado de não confundir as frutas com as folhas. Tem muita gente que têm muitas folhas, mas pouquíssimos frutos. Se vê muitas coisas, mas, na prática, se vê pouquíssimos frutos. Pelos frutos reconheceremos a árvore, a nossa fé e as nossas tradições devem ser também vistas em nossas obras.
Sobre você, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!